O Começo do Capitalismo
Paulo Guedes, O GLOBO
Reunidos no Fórum Econômico Mundial, financistas, políticos e intelectuais
exalam pessimismo. Discutem o suposto fracasso das economias liberais e suas
economias de mercado. A nova ordem global seria na verdade uma desordem.
A celebração anual da era dos excessos em Davos tornou-se agora um Muro das Lamentações. Pela indigência das análises apresentadas, os ocidentais se limitam a concluir, aturdidos, evocando a Lei de Murphy original: "Se uma coisa (o 'capitalismo') tem chance de dar errado, vai dar errado."
Ora, as democracias e o capitalismo são instituições extraordinariamente flexíveis, que foram bombardeadas por choques colossais nas últimas duas décadas. O mergulho de 3,5 bilhões de eurasianos, deserdados pelo colapso do socialismo, nos mercados de trabalho globais.
Uma revolução tecnológica agudizou as pressões da competição global. E os governos ocidentais recorreram a velhos truques para manter artificialmente o crescimento ante os novos desafios.
A celebração anual da era dos excessos em Davos tornou-se agora um Muro das Lamentações. Pela indigência das análises apresentadas, os ocidentais se limitam a concluir, aturdidos, evocando a Lei de Murphy original: "Se uma coisa (o 'capitalismo') tem chance de dar errado, vai dar errado."
Ora, as democracias e o capitalismo são instituições extraordinariamente flexíveis, que foram bombardeadas por choques colossais nas últimas duas décadas. O mergulho de 3,5 bilhões de eurasianos, deserdados pelo colapso do socialismo, nos mercados de trabalho globais.
Uma revolução tecnológica agudizou as pressões da competição global. E os governos ocidentais recorreram a velhos truques para manter artificialmente o crescimento ante os novos desafios.
Os financistas anglo-saxões sabem de seus abusos, estimulados por bancos
centrais que promoveram excessos com dinheiro barato e regulamentação frouxa. A
obsoleta social-democracia europeia sabe também de seus excessos, sob o
pretexto de promover o bem-estar social. Quando celebravam seu sucesso em
Davos, exibiam suas pretensas virtudes e sabedoria. Mas, agora expostas a farra
do crédito e a irresponsabilidade fiscal, financistas e políticos dissimulam
hipocritamente sua contribuição à crise contemporânea.
A culpa é do "capitalismo".
A culpa é do "capitalismo".
E o que dizer dos bem pagos intelectuais, que sempre enfeitaram com seu brilho
as celebrações dessa época de excessos — designada pelos pobres economistas,
para sua eterna vergonha, como "Era da Grande Moderação"?
Ora, dizem todos agora que é o fim do "capitalismo". Por ressentimento com os privilégios dos financistas? Em busca de atenção e influência? Ou pelo simples cacoete ideológico de renovação das profecias do fim do "capitalismo"?
Ora, dizem todos agora que é o fim do "capitalismo". Por ressentimento com os privilégios dos financistas? Em busca de atenção e influência? Ou pelo simples cacoete ideológico de renovação das profecias do fim do "capitalismo"?
Não é só Bill Gates que diz, com uma perspectiva histórica, que o "mundo
está muito melhor hoje", em entrevista a Deborah Berlinck publicada ontem
no GLOBO. Os bilhões de eurasianos que saem da miséria pelo mergulho nos
mercados globais em busca de inclusão social também acham isso.
Pergunte particularmente aos chineses o que acham de sua inserção na ordem "capitalista". Afinal, para eles, é apenas o começo do "capitalismo".
Pergunte particularmente aos chineses o que acham de sua inserção na ordem "capitalista". Afinal, para eles, é apenas o começo do "capitalismo".
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