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domingo, 16 de dezembro de 2012

Cientistas bloqueiam proteína relacionada ao Parkinson



Mutações na proteína quinase LRRK2 estão ligadas ao aparecimento da doença e também ao aumento do risco de desenvolvê-la

Pesquisadores conseguiram bloquear a produção de uma proteína que, quando sofre mutação, está relacionada à doença de Parkinson. A pesquisa foi realizada pela Genentech, empresa do grupo Roche, especializada em biotecnologia e publicada nesta quarta-feira, no periódico Science Translational Medicine.

A doença de Parkinson acomete de 1 a 2% da população brasileira acima de 60 anos, e se caracteriza pelos sintomas motores (tremores no repouso, movimentos mais lentos e rigidez) e não-motores, como alterações de sono, do olfato e da função cognitiva e depressão.

Genética - Atualmente, existem estudos que relacionam o Parkinson a fatores ambientais, mas ela ainda é considerada uma doença de causas genéticas. As alterações nos genes que a causam não são totalmente conhecidas, e podem surgir de forma hereditária ou esporádica (sem que haja um histórico familiar).

Um dos genes que tem sido relacionado à doença em diversos estudos é o responsável pela produção da proteína quinase LRRK2. De acordo com os pesquisadores, mutações nessa proteína estão ligadas ao aparecimento da doença e também ao aumento do risco de desenvolvê-la, mas o mecanismo envolvido nesse processo ainda não é conhecido, bem como a função da proteína no organismo.

Estudo - Um dos desafios dos pesquisadores era monitorar a atividade da quinase LRRK2 nos neurônios, para estudar sua relação com o Parkinson. "Monitorar a atividade da quinase é tão importante quanto monitorar a temperatura na culinária. Assim como uma pessoa utiliza um termômetro para determinar a temperatura de um prato, os pesquisadores têm procurando um termômetro para medir a atividade dessa proteína no cérebro de camundongos e em culturas de células", afirma Don Kirkpatrick, pesquisador da Genentech.

No estudo, os pesquisadores conseguiram desenvolver esse termômetro, feito de anticorpos que ajudam a estimar a presença dessa proteína. "Uma vez que tínhamos esse termômetro, nós o usamos para verificar como cada um dos componentes que nós testamos afetava a atividade da quinase", diz Kirkpatrick. Dessa forma, eles perceberam que o composto denominado G1023 poderia bloquear a ação da quinase. Porém, para o pesquisador, mais estudos serão necessários para demonstrar que o bloqueio da quinase pode reverter a progressão da doença.


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