O caso da Avenida Bento Gonçalves em Pelotas/RS
Neste processo de para-formalidade, onde o 'informal' e o 'formal' se cruzam, dando novas configurações ao espaço, temos no caso da Avenida Bento Gonçalves, também a observação de uma 'territorialização' local, a qual, de acordo com os horários, muda seus fluxos e suas dinâmicas, dando vazão a novas formas e funções deste(s) espaço(s).
Neste (relativamente curto) trecho, de aproximadamente 1.500 metros, da Avenida Bento Gonçalves, pode ser feita a contagem de no mínimo 25 trailers de fast/junk food fixos ao canteiro da Avenida, espaço público do município.
"Para-formalidade é o conceito de aproximar as ecologias urbanas às frestas da contemporaneidade, ou seja, o 'para-formal' habita o 'entre' a 'formalidade' e a 'informalidade' existente nos territórios da cidade..."
Neste sentido, observa-se, no caso da cidade de Pelotas/RS, um (tradicional) fenômeno de ocupação do espaço (público), num movimento de transgressão às normativas urbanísticas, anteriormente, definidas. O território até então desocupado, no momento de uma (nova) apropriação (muitas vezes irregular), ganha novas formas e funções (mesmo que temporariamente), seja por meio das vendas de ambulantes, arte e manifestações culturais ou ainda "trailers", que comercializam Fast e/ou Junk food.
Estes mesmos trailers, em sua maioria, surgem de demandas da comunidade local que, ao saturar o comércio regular, abrem "brechas" para que haja uma "quebra" no plano urbano formal, onde a temporária privatização do espaço público é, até certo ponto, legitimada mesmo quando não há o amparo legal para tal.
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