IDEOLOGIA - '' eu quero uma pra viver '' - Cazuza
Por Beto Vetromille
O termo 'Rede' nos leva a associarmos algo como trama - de intrigas - algo entrelaçado, amarrado , limitante.
Nesse mar de variedade de bandeiras e discursos, Marina Silva tenta ser o que não se consegue no meio em que navega - uma personalidade política sem o rótulo deste ou daquele lado.
Não me enganem...
Transparência e outras manifestações de ideais do novo agrupamento político são muito mais desejos, os quais se duvida até onde se sustentarão. A nova aglomeração de interesses não quer ser identificada como ''partido''. Considero que comungo da ideia de que um dia tenhamos candidaturas livres de atrelamentos a agremiações partidárias. Mas admito que ainda estamos muito longe deste nível de cultura política elevada no Brasil.
Onde estão os pólos ideológicos?
Não há como esconder que num futuro muito próximo , embora tentem ser candidatura ''pura'', se um dia assumir o governo , em qualquer esfera, terá de compor (palavra democrática e bonita para disfarçar os conchavos da política) com outras forças de poder para uma consequente administração de interesses e vantagens do meio político. Ainda mais no Brasil, onde em certos momentos, não mais identificamos os ''pólos'' ideológicos que outrora eram defendidos. Basta olhar para o Congresso Nacional e veremos Collor, Lula(socialmente), Sarney entre outros, abraçados e sorridentes. É a tal governabilidade, que mais parece um jogo de troca de favores, do que um real plano democrático de convergência de esforços para o bem estar da sociedade.
Luiz Nassif, comentarista político, escreve em sua coluna virtual, um texto onde demonstra o que todo mundo já imagina . Confira
'' Esta seria a novidade – a Rede “autônoma” e descentralizada, no lugar dos partidos organizados. Mas o grupo que se reúne em torno de Marina Silva tem muito pouco de renovador. A futura legenda que vem do “Movimento Nova Política” poderá ter dissidentes do Psol, PT e até tucanos. Já estão confirmados alguns “velhos nomes” como a ex-senadora Heloisa Helena (Psol), os tucanos paulistas Walter Feldman, Fábio Feldmann e Ricardo Tripoli, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT/DF), Alfredo Sirkis (PV-RJ), entre outros.
Na verdade, está em preparação a repetição, na eleição de 2014, do mesmo serviço já prestado aos tucanos, e à “velha política”, na eleição de 2010. Claro, montada no prestigio demonstrado na disputa com Dilma Rousseff, Marina Silva tem o direito e as condições para disputar a Presidência da República. O problema é o lado do espectro do quadro político para o qual esse grupo acena, e ele é para o conservadorismo neoliberal, cujo campeão já é o ex-governador mineiro do PSDB, Aécio Neves, que será o candidato da direita em 2014.
Os cálculos se multiplicam no campo neoliberal. O tucanato – e Aécio Neves tem repetido isso – torce por um “leque de opções” em 2014 que facilite o envio da eleição para o segundo turno. "Quanto mais candidatos maiores as chances de ter segundo turno", pensa o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB de Minas.
Especula-se fortemente, nesse sentido, em torno de uma desejada (no ninho tucano) candidatura presidencial do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos. Ele, entretanto, não confirma as “certezas” que a mídia hegemônica difunde sobre sua candidatura, e chega a fazer blague delas, reafirmando o apoio dos socialistas ao governo de Dilma Rousseff.
A única certeza, neste quadro de especulações, é que Marina Silva lança sua Rede. Quem cairá nela? ''
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Vamos estar atentos aos novos enlaces da futura ''rede'' no país.
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