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Sucessor de Bento XVI terá de administrar uma grande organização em termos financeiros – e herdará uma preocupação orçamentária
O papa Bento XVI não é apenas o líder de uma das maiores religiões do mundo, mas também o executivo-chefe de uma grande organização global. Nesta condição, ele tem preocupações financeiras a considerar. E também seu sucessor, como apontou o jornal Financial Times. Bento XVI anunciou, nesta segunda-feira, que renunciará ao pontificado em 28 de fevereiro.
A Santa Sé terminou 2011 com um déficit de 14,9 milhões de euros, como apontou o balanço divulgado em julho do ano passado - o último disponível. O peso maior veio de custos com pessoal – o número de funcionários era de 2.832 em 31 de dezembro de 2011 – e gastos com comunicação, mas a situação financeira internacional também contribuiu para o resultado negativo.
“O resultado foi afetado pela tendência negativa dos mercados financeiros em todo o mundo, que tornou impossível atingir as metas estabelecidas no orçamento”, ressaltou o comunicado divulgado pela imprensa do Vaticano.
As contas do Vaticano já vinham apresentando déficit: foram três anos seguidos de contabilidade no vermelho, até que em 2010 houve superávit de 9,9 milhões de euros, movimento que foi revertido pelo resultado de 2011.
A receita com o turismo cresceu 10,8% em relação ao ano anterior, somando 91,3 milhões de euros. Segundo a Igreja, mais de 5 milhões de pessoas visitaram os museus do Vaticano em 2011. Essa importante fonte de renda foi atingida por uma medida do Banco Central italiano no início deste ano, que bloqueou os pagamentos eletrônicos devido à falta de transparência com as normas bancárias.
Já as contribuições dos devotos em todo o mundo cresceram 3% em 2011, chegando perto dos 70 milhões de dólares.
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