Segundo Adams, objetivo do projeto é coibir o troca-troca partidário; liminar do STF suspendeu a tramitação da proposta no Congresso
Agência Estado
A Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão que interrompeu a tramitação do projeto que inibe a criação de novos partidos e favorece os interesses eleitorais da presidente Dilma Rousseff. A AGU pede que o relator do processo, ministro Gilmar Mendes, volte atrás em sua decisão ou que o plenário possa julgar a liminar que impediu a análise do projeto.
No recurso - um agravo regimental - o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, afirma que o projeto busca coibir o troca-troca de partido tendo como moeda o tempo de propaganda de rádio e TV e a partilha de recursos do fundo partidário
"A concessão da segurança (liminar), na verdade, impede a votação de norma cujo objetivo é evitar a prática do comércio de filiações partidárias em troca de mais tempo relativo ao direito de antena e de mais recursos do fundo constitucional partidário", afirmou o advogado no recurso.
A tese encampada pela AGU é partilhada por ministros do Supremo. Parte dos ministros argumenta não haver controle prévio de constitucionalidade de um projeto ainda em tramitação no Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dizer que não aceitaria que o Supremo fizesse o controle prévio dos projetos em tramitação no Congresso.
"Eventual limitação do presente debate, ainda que fundado na defesa da Constituição, na verdade a está ofendendo, pois priva o Congresso Nacional de legitimamente analisar, com a participação da sociedade e dos partidos políticos no País, temas de relevância para a nação brasileira", argumentou Adams.
No agravo, o advogado da União afirmou que o projeto não tira por completo dos novos partidos o direito a tempo de rádio e TV ou recursos do fundo partidário. O projeto, porém, impede que os novos partidos recebam mais dinheiro do fundo partidário ou aumentam o tempo de rádio e TV ao filiar parlamentares eleitos por outras legendas.
"Sabe-se que, ao votar, o eleitor faz clara opção pelo programa, pelos valores e orientação de uma determinada agremiação. Permitir que os parlamentares pudessem migrar para novos partidos, eventualmente com programas diametralmente opostos às agremiações de origem, com direitos plenos ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral, seria uma verdadeira afronta à vontade popular", afirmou Adams no recurso.
O processo deve ser levado a plenário na próxima semana. Relator do caso, o ministro Gilmar Mendes concedeu a liminar pedida pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), travando a tramitação do projeto. A proposta foi classificada como casuísta pelo parlamentar e teve parecer favorável do procurador-geral da União, Roberto Gurgel.
JORNALISMORU. COM - A NOTÍCIA NA HORA EM QUE ELA ACONTECE - 17h - RU 1160AM -
Fique muito bem informado . No Facebook acesse: jornalismoru.com