''Thor comprou meu silêncio e depois me traiu'',afirma tia de vítima
"Me senti traída. Tirei o peso de cima dele e ele jogou para cima de mim.
Matou meu filho e agora quer me matar."
Os ataques são desferidos por Maria Vicentina Pereira, 50, mãe de criação e tia biológica do ciclista atropelado e morto em março de 2012 por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista.
Vicentina acusa Thor de quebrar o contrato de confidencialidade que impedia ambas as partes de divulgar o valor do acordo de indenização pela morte de Wanderson Pereira dos Santos, 30.
O número, R$ 1 milhão, veio à tona após depoimento de Thor à Justiça, cujos trechos foram divulgados pelo Ministério Público.
Eike e Thor Batista |
A família queria manter o acerto em segredo alegando questões de segurança.
"Ele comprou o nosso silêncio e, depois, nos traiu", disse à Folha Vicentina, que criou o rapaz desde os 4 anos, quando sua mãe o abandonou, segundo ela.
A ideia de preservar o sigilo partiu da defesa da família da vítima, que propôs uma cláusula de confidencialidade no documento assinado por ambas as partes.
O motivo, segundo a defesa, é que a família vive numa área controlada por milícia em Duque de Caxias (RJ).
"Ele tirou a minha paz, o meu sossego. Quem olha acha que estamos nadando em dinheiro. Isso não é verdade", afirmou Vicentina.
Ela conta que comprou com o dinheiro da indenização uma casa no mesmo bairro onde já vivia para morar com seus três filhos naturais. A ela, coube R$ 315 mil de um valor total de R$ 1 milhão.
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