Comércio aponta queda no consumo de leite após operação
Mercadistas indicam redução de até 60% nas vendas nos últimos dias
O consumo de leite diminuiu bastante em Porto Alegre após a aparição de ureia e formal na composição do leite de algumas marcas. No bairro Restinga, o supermercado Kan retirou de circulação mais de 20 fardos da marca Hollmann. O gerente Paulo Machado da Rosa notou a diminuição do consumo depois que retiraram a marca que mais vendia. “Acho que as vendas de leite baixaram uns 60%. Vendíamos muito a Hollmann, que era a mais barata. Retiramos da loja esta marca e a Mumu e a Bom Gosto e colocamos no depósito. Agora aguardamos as fábricas para trocar o lote”, explicou.
Rosa disse ainda que as marcas Bom Gosto e Mumu não pertencem ao lote de produtos suspensos, mas que nem adianta colocar na loja que ninguém compra. “Esse é um problema que as fábricas vão enfrentar. Ninguém quer comprar o leite Mumu ou Bom Gosto mesmo sabendo que não é do lote adulterado. Nos resta vender as outras marcas que não estão relacionadas pelo Ministério Público do RS”, comentou o gerente.
No Minimercado Rocker, também na Restinga, caixas de leite Mumu seguiam na prateleira. O dono do estabelecimento, Antônio Rocker, afirmou que a venda de leite diminuiu muito. “Esse lote que tenho aí não pertence ao que foi proibida a comercialização. Mas nem adianta explicar para as pessoas, elas veem a marca e nem querem comprar. Eu vendia uns três a quatro fardos de leite e não estou vendendo nem um agora”, garantiu.
A Padaria e Confeitaria Andradas, no Centro Histórico, o proprietário Élson Simonetti enfrenta a diminuição do consumo, mesmo não trabalhando com as marcas que apresentaram problemas. “O consumo diminuiu mais de 10%. As pessoas estão desconfiadas e estão comprando menos. O pior é que existem vários produtos em que o leite é ingrediente, como bolos, cucas e massas em geral. E nem tem como fiscalizar isso”, observou.
Ministério descarta risco
Signor acredita que a metodologia para controle sanitário aplicada no RS é muito boa e afirma que os casos de adulteração foram resultado da má fé de parte das pessoas envolvidas na cadeia produtiva, a qual é rigorosamente fiscalizada. “Se todas as normas forem seguidas à risca, o leite do Rio Grande do Sul é nota 10”, descreveu.
De acordo com o superintendente, exceto os lotes apontados nas denúncias, todos os produtos encontrados nas prateleiras estão em boa qualidade e liberados para o consumo.
Hospitais não registram internações de pacientes por causa do leite
Operação descobriu produto alterado com água e ureia
Os hospitais de Porto Alegre, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda não receberam pacientes com problemas relativos ao consumo de leite adulterado com a adição de água e ureia, o que resultou na presença de formol, descoberto pela Operação Leite Compen$ado do Ministério Público gaúcho.
A supervisora de enfermagem Marta Johann, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), disse que até o momento o hospital não atendeu na emergência nenhum caso de paciente que tenha consumido o produto contaminado. “Tomara que continue assim e que não haja internações de pacientes em decorrência deste problema”, destacou.
No Hospital Conceição, no setor de emergência também não foi registrado nenhuma internação ou consulta relacionada a ingestão do leite adulterado. No Hospital Santa Clara, que pertence ao complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, e atende pacientes do SUS também até o momento não foi registrado nenhum caso de intoxicação relacionada aos lotes contaminados. No setor de intoxicação alimentar do Hospital de Pronto Socorro (HPS), os funcionários informaram que até o momento os médicos e a equipe de enfermagem não atenderam pacientes que tenham consumido as marcas de leite adulteradas.
Com informações de Nildo Júnior e Luiz Sérgio Dibe
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