Por Claudia Rolli
(Folhapress) - Reunidos em protesto na zona sul de São Paulo, cerca de cinco mil sindicalistas aprovaram a realização de uma greve geral de trabalhadores em todo o país. O pedido foi encabeçado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), que preside a Força Sindical.
"O governo abandonou e virou as costas para os trabalhadores. Não é possível viver com a inflação e o desemprego que já atinge os trabalhadores nas fábricas. Não é possível viver com uma política tão recessiva", disse Paulinho.
"Vamos nos reunir nesta sexta com as centrais e vamos chamar uma greve geral no Brasil todo", disse o sindicalista ao ser aplaudido pelos manifestantes.
Ele colocou em votação a greve geral, que foi aprovada pela maior parte dos manifestantes. Em seguida, os trabalhadores gritaram em coro "se a Dilma não ceder, o pau vai comer".
Paulinho pediu, ainda, a demissão de Guido Mantega, ministro da Fazenda.
Os trabalhadores, que estavam na ponte do Socorro, saíram em marcha em direção ao largo Treze de Maio, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. Enquanto passavam pela avenida Santo Amaro, vários comerciantes fecharam as portas. " Pode deixar tudo aberto, somos trabalhadores. Não precisa fechar a porta. Não somos vândalos nem bandidos ", diziam diretores do sindicato, que se revezam no microfone no carro de som.
Durante a manifestação, os metalúrgicos, de cerca de 35 fábricas da região, deixaram uma faixa livre para não atrapalhar o transito.
Enquanto caminhavam, os manifestantes repetiam gritos de guerra xingando a presidente Dilma. "Eu quero mandar aquele recadinho de novo para nossa querida Dilma", disse o diretor José Silva, incitando os trabalhadores a cantar "1,2,3, 4,5 mil, eu quero que a Dilma vá..."