Pelotas deve aderir à paralisação nacional nesta quinta
Assembleia confirmou realização da terceira manifestação pública que dessa vez vai ocorrer junto com a mobilização nacional organizada pelas centrais sindicais
Por: Tânia Cabistany
taniac@diariopopular.com.br
A cidade vai mesmo parar nesta quinta-feira (11), ao que tudo indica. Assembleia geral realizada no último sábado em Pelotas confirmou a realização da terceira manifestação pública, que dessa vez vai ocorrer junto com a paralisação nacional organizada pelas centrais sindicais. Ou seja, não será apenas mais um grande ato público, mas uma greve geral. Nem transporte coletivo deverá ter no dia, pois os rodoviários confirmaram participação ao movimento.
As escolas e universidades também tendem a não ter aula, pois as respectivas entidades representativas das categorias de trabalhadores definiram pela adesão. Segundo o tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos, José Primeiro, a classe igualmente definiu pela participação, da mesma forma com que os trabalhadores na indústria da alimentação, comerciários, trabalhadores em postos de combustíveis e estabelecimentos de gás, Cpers-Sindicato, Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) e associações dos Docentes e dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A vice-presidente do Simp, Tatiana Rodrigues, ressalta que a entidade vai levar para a rua pautas específicas, como o pagamento do piso nacional para a educação, salário mínimo como inicial dos municipários e salário digno para todos os setores da prefeitura. “É um absurdo que um médico do município hoje ganhe R$ 1,2 mil”, exemplifica, ao se referir aos técnicos científicos. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Éder Blanck, confirma a decisão do setor, formado hoje por cerca de 1,5 mil trabalhadores, de parar tudo nesta quinta-feira. Já o Sindicato dos Bancários de Pelotas realiza nesta terça-feira (9), às 17h30min, uma plenária para definir a participação da categoria na greve.
Pauta unitária
As centrais sindicais definiram como pautas unitárias se manifestarem contra o PL 4330, da "terceirização", que em seu entendimento retira direitos dos trabalhadores brasileiros e precariza ainda mais as relações de trabalho no Brasil. Querem que as reduções de tarifa do transporte não sejam acompanhadas de qualquer corte dos gastos sociais; 10% do orçamento da União para a saúde pública, 10% do PIB para a educação pública, fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salários, reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.
Pautas gerais
Definidas na assembleia geral do dia 6, são estas as pautas gerais dos trabalhadores:
- - Divulgação do abaixo-assinado pela derrubada do contrato - com a Ecosul
- - Cumprimento da Lei Municipal que destina 30% do orçamento público na educação pública
- - Tarifa zero e estatização do transporte público
- - Redução imediata da tarifa do transporte público
- - Contra a iniciativa privada e encampamento dos hospitais ao SUS
- - Criação de lei específica municipal sobre transparência dos gastos públicos, que seja mais acessível e com fiscalização através de conselho popular
- - Abertura de espaços culturais também aos finais de semanas
- - Reformulação do sistema de coleta seletiva municipal
- - Construção imediata de 200 leitos hospitalares
- - Corte de 50% nos cargos políticos para pagamento do piso dos professores municipais
- - Retirada dos horários das ciclovias
- - Municipalização das concessões das rádios comunitárias
- - Fim do corte de água e luz por falta de pagamento para a população pobre
- - Desmilitarização da polícia e contra a repressão policial
- - Contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)
- - Destinação de 10% do PIB para a Saúde Pública (SUS)
- - Contra o pagamento da dívida externa e interna
- - Democratização da Comunicação
- - Investimento em Políticas Públicas de Segurança para os trabalhadores dos transportes, com especial atenção aos taxistas
- - Contra o Estatuto do Nascituro
- - Organização de comitês locais através de Assembleias Populares Constituintes para a população decidir o tipo de governo, como alternativa ao plebiscito
- - Terra para a população indígena
- - Reforma Agrária feita pelos trabalhadores
- - Contra a criminalização dos Movimentos Sociais
- - Melhorias na iluminação pública
- - Contra o Ato Médico
- - Contra a corrupção
- - Fim da concessão da iniciativa privada na educação
- - Fim das concessões de telefonia
- - Estímulo ao transporte ferroviário. Construção de linha ferroviária entre Pelotas e Rio Grande