Ministro garante recursos para retomada de pesquisas na Antártida
Publicação: 27/02/2012 20:20
Atualização: 27/02/2012 20:29
O ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou nesta
segunda-feira (27) que não vão faltar recursos para dar continuidade às
pesquisas brasileiras na Antártida . No último sábado (25), um incêndio
destruiu parte da Estação Comandante Ferraz, base militar e científica
operada pela Marinha na Antártida.
“A base tem que ser
reconstruída, e reconstruída de forma a aproveitar as oportunidades,
dentro do pior cenário", disse Raupp. Segundo ele, o país aproveitará a
oportunidade para melhorar a obra, torná-la mais adequada à finalidade a
que se destina, que é fazer pesquisa, e fará isso o mais rápido
possível. "Não faltarão recursos para a retomada completa dessa
atividade”, garantiu o ministro, após visita às instalações da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na capital
paulista.
Raupp explicou que, para isso, serão necessários
recursos extras. “Vamos ter que fazer uma reavaliação do nosso orçamento
para ver o que podemos investir lá [na Antártida]. E certamente
poderemos investir lá para minimizar todo esse impacto negativo.”
O
ministro informou que se reunirá em breve com os pesquisadores chefes
ou responsáveis pelos trabalhos na base brasileira para encontrar uma
maneira de não se interromperem os trabalhos na região. Raupp disse que a
ideia é elaborar um planejamento para que não haja descontinuidade nas
pesquisas que vinham sendo realizadas lá e deu como exemplo as sub-bases
brasileiras que estão instaladas na Antártida. O ministro mencionou
ainda a a ajuda de países como a Argentina e o Chile, que também operam
no continente antártico.
De acordo com Raupp, outra opção seria
usar como base o navio Almirante Maximiano que, segundo ele, tem
condições de dar apoio à continuidade das pesquisas na Antártida. O
navio pode estacionar lá e ser a base para que as medições e pesquisas
continuem sendo feitas. "Usar novas plataformas, ou fazer acordos com
países que estão atuando lá para aproveitar a infraestrutura, deles e
levar essas embarcações que temos para perto da Antártida, é o que temos
que definir agora”, resumiu o ministro.
A Estação Comandante
Ferraz abrigava pesquisadores brasileiros que estudam os efeitos das
mudanças climáticas na Antártida e suas consequências para o planeta,
além de pesquisas sobre a vida marinha e a atmosfera. Os trabalhos são
financiados por bolsas concedidas pelo Conselho de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento vinculada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
De acordo com
Raupp, as pesquisas realizadas na região têm importância estratégica
para o país. “Em primeiro lugar, pelas pesquisas das condições da
Antártida e pelo conhecimento atmosférico e oceânico, que influenciam a
vida aqui na América do Sul e no Brasil, mas também pelo tratado para
ocupação da Antártida por todos os países do mundo. Temos que fazer
pesquisas lá para termos direito a ter uma posição na Antártida”,
explicou.
Raupp informou que, desde 2007, o ministério investiu
cerca de R$ 140 milhões em atividades na base brasileira na Antártida,
valor que considera “perfeitamente suficiente para financiar todas as
pesquisas lá”.
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