Ronaldinho joga e Ganso é banco
No primeiro amistoso do ano, Mano ignora a boa fase e ascensão do meia do Santos e dá preferência ao veterano do Flamengo diante da Bósnia na Suíça
Técnico Mano Menezes |
Ao escolher os 11 jogadores que entrarão em campo hoje, contra a Bósnia-Herzegóvina, em amistoso na Suíça, o técnico da seleção brasileira, Mano Menezes, inaugura uma nova fase de seu trabalho, marcada pela maior pressão por resultados. A menos de seis meses da Olimpíada de Londres e a dois anos e meio da Copa de 2014, o treinador precisa começar a definir o grupo com o qual vai encarar os dois desafios, apontando o caminho das vitórias para uma equipe que ainda não convenceu.Se as incertezas ainda são muitas, duas referências técnicas do time parecem definidas: Neymar e Ronaldinho. Ganso, em alta no Santos e antes uma referência para Mano na seleção, vai ficar na reserva.
Ontem, em sua única entrevista antes do treino realizado a zero grau na arena AFG, em St. Gallen, na Suíça, Mano reconheceu que a seleção agora caminha contra o tempo. "Mas não adianta reclamar. A seleção sempre passou por isso", ponderou. Segundo ele, a "modificação radical" do grupo em relação à equipe que foi à África do Sul fez com o rendimento inicial fosse prejudicado. Por isso a preocupação em aproveitar todos os momentos, como o jogo de hoje contra a Bósnia. "Quando estivermos reunidos, como estaremos nos Estados Unidos na metade do ano, teremos de saber tirar proveito desses momentos raros."
Sobre a missão de montar dois times, um com apenas três jogadores com mais de 23 anos, para a Olimpíada, e outro com força máxima para a Copa, Mano não lamentou, pelo contrário. Para ele, um será derivado do outro. "A seleção que vai disputar a Olimpíada vai ser formada por um número bastante grande de jogadores que vai estar na Copa de 2014. Por isso é uma parte importante da programação", disse ele, sem ignorar a pressão. "Tenho ouvido que a Olimpíada pode significar um desgaste para o técnico. Mas decidi encarar essa responsabilidade, porque acho que é uma parte importante da preparação para 2014. Uma é a sequência da outra."
Pressão. De forma discreta, o diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, colocou Mano na obrigação de apresentar um time consistente e obter resultados. Falando aos jornalistas na tarde de ontem, na concentração da equipe, no Hotel Säntispark, o ex-presidente do Corinthians deixou claro que a pressão tende a aumentar.
Perguntado pelo Estado sobre qual seria a sua avaliação sobre o estágio atual da seleção, Sanchez desconversou: "Tem de perguntar para o Mano".
Mas a seguir cobrou definições, garantindo que a fase de experiências chegou ao fim. "Temos de começar a montar o time mais forte possível", disse. "Já temos a base, Mano sabe disso, era essa programação da CBF. O planejamento era ter um ano, um ano e pouco para fazer todos os testes. Agora é começar a jogar com o time que ele achar que é o melhor."
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