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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

COMBINAR MEDICAMENTOS - Nova pesquisa contra o câncer


O Globo

Pesquisa utiliza forma diferente de combinar medicamentos
BARCELONA — Um estudo conduzido pelo Instituto de Oncologia Vall d’Hebron, espanhol, e publicado no “Journal of Clinical Oncology” abre uma nova perspectiva na luta contra o câncer. Segundo o trabalho, ministrar a um paciente a combinação de duas drogas que chegaram a funcionar para ele, mas depois deixaram de surtir efeito, pode eliminar a resistência de seu organismo a ambas e potencializar sua eficácia. O mais importante, porém, é que esta se tornaria uma terceira possibilidade de tratamento, inclusive para casos em estágio avançado, como tumores com metástase. E, como há diversas drogas usadas no combate ao câncer, haveria um grande número de combinações possíveis de drogas.

— A novidade não está na combinação de drogas em si, mas na combinação de duas drogas que já haviam sido ministradas anteriormente e depois falharam — explicou o médico Javier Cortés, líder do programa contra o câncer de mama do Vall d’Hebron e principal autor do trabalho. — O estudo focou no HER-2 positivo (uma forma agressiva de câncer de mama), mas o conceito pode ser aplicado ao tratamento de outros tumores.

O câncer de mama ocorre frequentemente em mulheres ocidentais. Embora a realização periódica de mamografias tenha reduzido o número de mortes pela doença, ainda há muitos casos de tumores agressivos, e 15% deles são HER-2 positivo, um tipo que costuma acometer mulheres jovens.

— Quando um paciente com este tipo de câncer de mama para de responder à droga ministrada inicialmente e a doença progride, uma segunda droga é administrada. O que nós descobrimos é que, quando combinamos duas drogas que deixaram de fazer efeito individualmente, elas são eficazes em quase 50% dos tumores, fazendo o paciente melhorar claramente ou estabilizando a doença por um longo período de tempo — conclui Cortés.

No caso do estudo, os medicamentos combinados foram trastuzumabe, a primeira opção nos casos do câncer de mama HER-2 positivo, e a pertuzumabe, que tem sido bem-sucedida em testes clínicos e ainda está para ser aprovada.


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