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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CASAMENTOS - Um Grande Negócio

Casamentos: tudo o que você precisa saber para se dar bem no setor que movimentará R$ 14 bi
Há espaço de sobra para pequenos negócios que atendam os desejos de quem sonha com uma data pra lá de especial
Casamentos Diferentes
Nada menos que 19 mil casamentos civis, em média, são registrados no Brasil por semana. Cada vez mais numerosos, os noivos que decidem celebrar a data já tornaram-se responsáveis por movimentar uma cifra bilionária. Em 2011, graças a eles, os fornecedores de produtos e serviços para festas faturaram R$ 12 bilhões, informa a associação que representa as empresas do setor (Abrafesta).

A boa notícia para os empresários do ramo (e para quem sonha com o casamento) é que esse número tende a aumentar por uma razão simples: nunca houve tantos solteiros no País como agora. São 77 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. E cerca de 34 milhões delas têm hoje entre 20 e 40 anos, idade em que a maioria das uniões se realiza.

Por isso, a expectativa da Abrafesta para 2012 é de faturamento na casa dos R$ 14 bilhões. O bom momento da economia, o crescimento da renda da população e a presença cada vez mais forte da mulher no mercado de trabalho são outros fatores que ajudam a impulsionar o segmento. 

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Embora existam muitas oportunidades para empreender, o setor reúne também algumas características que dificultam a vida de quem decide se aventurar neste ramo. “É um mercado muito dinâmico, bastante pulverizado e com concorrência acirrada”, afirma Vera Simão, presidente da Abrafesta e organizadora da feira Casar, um dos mais tradicionais eventos realizados no setor. “Há sempre novas tendências e as empresas que não acompanham as mudanças são facilmente substituídas”, decreta Vera.

Com experiência superior a 20 anos no ramo, Vera já percebeu algumas transformações significativas nos casamentos – entre elas o fato de que as comemorações ficaram maiores. “A lista de convidados, antes restrita aos membros da família, agora contempla os colegas de trabalho tanto dos noivos como dos pais”, observa.

E festa maior é certamente sinônimo de festa mais cara. Se por um lado isto é bom para as empresas, que podem ampliar o faturamento, também exige delas mais profissionalismo e maior capacidade de produção para dar conta do recado.

Além disso, vender produtos para casamentos também ficou mais complexo. A oferta de serviços se multiplicou, o número de negócios que atuam no ramo cresceu e o mercado passou a abrigar empresas especializadas no fornecimento de apenas um item da festa.

Para completar o novo cenário, o poder de compra mudou de mãos. “Antigamente cabia apenas aos pais custearem a festa. Mas com a presença da mulher no mercado de trabalho, a noiva passou a pagar pelo menos uma parte das despesas e agora é ela quem decide tudo”, diz a presidente da Abrafesta.

Casamento 2.0
Mas a principal revolução do setor ocorreu por causa da web. “A chegada da internet mudou tudo no segmento. Ajudou a divulgar serviços e produtos e também disseminou a informação”, enfatiza José Luiz de Carvalho Cesar, organizador da feira de eventos Expo Noivas.

As noivas agora pesquisam tudo na web antes mesmo de consultarem os fornecedores. “Quando elas contratam o prestador de serviços, já estão com as ideias todas definidas, sabem o que querem”, conta Cesar. “Essa postura estimulou as empresas a criarem novidades e também permitiu o surgimento de novos negócios”, analisa.
Em maio de 2011, enquanto planejava seu casamento, o paraibano Leandro Cunha Marques teve uma ideia: montar um site de compras coletivas com ofertas para este segmento. Com o NoivaColetiva.com, ele foi um dos primeiros a entrar nessa onda.

Eu já trabalhava com hospedagem de sites e, quando comecei a comprar as coisas para a festa, vi que tudo era muito caro”, conta Marques. “Foi então que decidi levar o conceito de compras coletivas para o universo dos casamentos.”

O site tem ofertas diárias, mas o que faz sucesso mesmo são as promoções de sandálias personalizadas. “Quem decide fazer a festa não quer que falte nenhum detalhe, seja um noiva da classe A, B ou C”, diz Marques. “Por isso, mesmo quem tem menos dinheiro para gastar nesse dia pesquisa e dá um jeito de adaptar as escolhas até o casamento ficar do jeito que sonhava.”

O empresário precisa saber o que cada casal planeja para que a festa tenha o seu estilo. “Os noivos adoram uma novidade, aderem rápido às novas tendências e planejam uma festa cada vez mais personalizada, cheia de detalhes”, afirma Constance Zahn, blogueira especializada em casamentos que recebe 1,5 milhão de visitas por mês em seu site.

Detalhes de nós dois 
As empresas devem, cada vez mais, conhecer a história dos noivos para agradá-los. Por isso, o bufê paulistano Zest Cozinha Criativa faz uma entrevista detalhada com o casal antes mesmo de começar a montar o cardápio da cerimônia. “Descobrimos as origens familiares, o perfil deles e o estilo da festa para não errarmos”, comenta Daniela Kishimoto, sócia do Zest. O bufê realiza um evento por dia e ganhou destaque no mercado de casamentos por criar pratos inusitados, bem ao gosto dos seus clientes.

Um dos noivos atendidos pela empresa, por exemplo, era suíço. Ao saber disso, o Zest serviu como entrada um prato típico daquele país: sopa à base de farinha. “A família se emocionou, foi o grande comentário da festa”, relata Daniela. “Não há mais certo ou errado em casamentos. Vale tudo. O que a empresa precisa fazer é agradar o cliente.”

Mas não é fácil conseguir essa aprovação. Os noivos estão mais exigentes, detalhistas, e não querem mais do mesmo. Assim, inovação virou palavra de ordem. “A concorrência é muito grande, quem não oferece algo diferente não consegue espaço no mercado”, garante Constance Zahn.

Inovar é preciso
Dessa forma, quem apresenta uma novidade para o setor pode crescer rápido. Os cariocas da Goiabada com Queijo Filmes são prova disso. Seus vídeos custam a partir de R$ 6.850. Mesmo assim, a empresa, criada em fevereiro de 2011, faz cerca de quatro filmagens por semana e só não fecha mais negócios porque não consegue atender a demanda.

Tudo porque, em meio às centenas de empresas de filmagens especializadas em casamentos, a Goiabada com Queijo se diferenciou. Pelo uso de uma película diferente (Super 8 mm), o registro da cerimônia parece ter sido feito nos anos 70. Ganha um ar vintage. “Testamos esse tipo de filmagem no casamento de uma amiga e, a partir daí, a divulgação foi espontânea”, conta Tulio Thomé, um dos sócios. “Crescemos muito mais rápido do que imaginávamos.”

Mas a diferenciação não precisa ser pautada pelo uso da tecnologia ou por grandes inovações. Pequenas ações ajudam muito. Para Fernanda Floret, outra blogueira especializada em casamentos e que registra 1,1 milhão de visitas mensais em seu site, muitos negócios perdem a oportunidade de divulgar sua marca por descuidarem de aspectos considerados básicos.

“Há fotógrafos e decoradores que nem sequer têm blogs para apresentar seu trabalho”, comenta Fernanda. As vendas na internet, segundo ela, também são ignoradas. “Hoje em dia a noiva quer resolver tudo pela web, mas quase não há e-commerce no setor”, diz. “O mercado não é mais o mesmo e quem entender o perfil dos noivos vai se dar bem”, garante.

O que a empresa precisa saber para atrair os noivos 

Disputa acirrada pede foco - A empresa não pode tratar o mercado de casamentos como uma atividade paralela. Para atender bem as expectativas dos noivos e não ser engolido pela concorrência, é importante se especializar e acompanhar as tendências.

Defina o perfil dos noivos -  Já existem muitas empresas em atividade neste setor. Por isso, para se diferenciar e conseguir empreender com sucesso no ramo, você deve definir o perfil dos noivos com quem vai trabalhar e apostar em soluções inovadoras que agradem este público.

Sem chance para você errar - Apesar de exigir meses de preparação, o dia do casamento é um só. Por isso, as empresas do ramo precisam de profissionalismo e só devem aceitar pedidos que possam cumprir. Ter plano de contingência é fundamental para evitar problemas.

Renovar para sobreviver - Os noivos adoram uma novidade e aderem rápido às tendências. Na era da informação, o empresário precisa batalhar para estar mais informado do que o cliente. Além disso, deve estar preparado para atender as novas solicitações de forma rápida.


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