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quarta-feira, 13 de junho de 2012

CASO YOKI 4 : Executivo da Yoki morreu por trauma no crânio causado pelo tiro, diz laudo


Polícia divulgou nesta quarta-feira (13) dados do Instituto Médico Legal.
Marcos Matsunaga levou tiro a curta distância do lado esquerdo.

A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (13) o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) que aponta a causa da morte do executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, em 19 de maio. A mulher dele, Elize, confessou ter matado o marido por ciúmes. O laudo aponta que Marcos teve traumatismo craniano encefálico produzido por arma de fogo. O tiro foi disparado a curta distância no lado esquerdo. O laudo será anexado ao pedido de prisão preventiva de Elize Matsunaga, que será encaminhado nesta quinta-feira (14) para o Fórum de Cotia. A polícia ainda aguarda outros laudos, como o da reconstituição do crime, que deve ficar pronto em 30 dias.

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) , Jorge Carrasco, disse nesta quarta-feira  que poderá ouvir novamente Elize se o que foi apontado no laudo não estiver de acordo com a versão apresentada por ela.

Ele disse que diante de alguns questionamentos feitos por advogados a investigação prosseguirá. Uma das principais dúvidas é se ela agiu sozinha.

Exame de paternidade
Luiz Flávio D'Urso, presidente licenciado da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) e advogado contratado pela família de Marcos Matsunaga para acompanhar o inquérito que investiga a morte do executivo, disse que vai pedir exame de paternidade da filha de Elize Matsunaga.

D'Urso, no entanto, negou que a família tenha desconfiança de quem seja o pai da menina. "Considerando que o caso trouxe uma série de surpresas desagradáveis, levando-se em conta a tragédia de um homicídio da forma que ocorreu, com um esquartejamento, como estamos dentro de uma situação bárbara sob todos os aspectos, creio que tudo o que diz respeito ao Marcos e à Elize merece ser investigado, inclusive a filha do casal", justificou D'Urso.

Para o advogado, mais pessoas precisam ser ouvidas no inquérito que investiga o crime. "Ele ficou 12 horas rodando com o veículo com partes do corpo do Marcos dentro. Ela não abasteceu (o carro)? Onde foi que abasteceu?  Tem de ouvir o frentista do posto. Tem de ouvir o policial que a parou. A família quer que tudo seja investigado, que tudo seja apurado", completou, referindo-se ao fato de Elize ter sido parada em uma rodovia paulista por policiais no dia 20 de maio, quando descartou os sacos com as partes do marido que havia esquartejado em mata próxima à estrada de Cotia, na Grande São Paulo.

Acompanhante
A equipe de reportagem do Jornal Nacional teve acesso ao depoimento da mulher que esteve com o executivo na véspera do assassinato dele e que teria motivado a briga entre o empresário e Elize Matsunaga. A Justiça de São Paulo negou nesta terça-feira (12) o pedido de liberdade da viúva e assassina confessa do empresário.

No depoimento de quatro páginas, a suposta amante diz que o primeiro encontro com Marcos aconteceu em 13 de fevereiro e que se encontrava com ele duas vezes por semana. Pelos serviços de acompanhante, ela recebia R$ 4 mil por mês

A mulher disse à polícia que viajou com Marcos para a cidade de Marília, no interior de São Paulo, para conhecer a fábrica da Yoki. E foi apresentada como compradora de amendoim. Em uma outra viagem, foram para Montevidéu, no Uruguai. Segundo a moça, Marcos dizia que seu casamento não estava bom, que brigava bastante.

Ainda segundo ela, ele mostrou arranhões no braço e disse que tinha sido agredido por Elize, em uma das brigas do casal. Marcos teria comentado que queria se separar.

A mulher disse que o executivo fez um acordo: se ela tirasse as fotos do site de acompanhantes, ele pagaria R$ 27 mil por mês a ela. O primeiro pagamento, segundo ela, foi no dia 4 de maio.

Segundo o depoimento, entre os dias 20 e 30 do mês passado, ela relatou que Marcos não fez contato. O executivo havia sido morto na noite do dia 19 de maio.

Nesta terça-feira, a Justiça negou o pedido de suspensão da prisão temporária feito pelos advogados de Elize Matsunaga. Segundo o juiz, ela confessou o crime e deve continuar presa pelo menos até que as investigações sejam concluídas.

Em seu despacho, o juiz Théo Assuar Gragnano, o mesmo que decretou a prisão temporária de Elize em 4 de junho, negou a solicitação do advogado de Elize, Luciano Santoro.

"Não se pode, à míngua de qualquer elemento probatório, presumir que a autoridade policial esteja protelando desnecessariamente a conclusão das investigações (...) Com essas considerações, não demonstrada a alegada ausência de diligências pendentes de realização, indefiro o pedido de revogação da prisão temporária", escreveu o juiz Gragnano em sua decisão.

A defesa queria a revogação da prisão por entender que ela é "ilegítima", já que a Polícia Civil informou que o caso está encerrado, restando apenas os resultados dos laudos periciais. O advogado de Elize, Luciano Santoro, disse que ainda não decidiu se vai apresentar um novo pedido de habeas corpus nos próximos dias. "Creio que vamos esperar o inquérito ser relatado e a Justiça se pronunciar sobre algum possível pedido de prisão preventiva para decidir sobre que medida tomar", disse.

Morte
O empresário foi morto com um tiro na cabeça e esquartejado com uma faca na noite de 19 de maio no apartamento do casal, na Zona Oeste da capital paulista. No dia 27 do mês passado, pedaços do corpo foram encontrados em sacos plásticos em Cotia.

Elize foi presa no dia 5 de junho. O prazo da prisão temporária é de 15 dias. Ela confessou ter matado o marido e está detida na Cadeia Pública de uma delegacia em Itapevi, também na Grande São Paulo.

Para a Polícia Civil, após ouvir o depoimento de nove pessoas, a investigação concluiu que o crime foi passional e não premeditado.

Elize contratou um detetive particular que flagrou Marcos traindo a mulher com uma garota de programa, função que a indiciada também exercia até conhecer o executivo.

Em seu interrogatório no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), a viúva disse que discutiu com Marcos ao descobrir a traição e que só atirou com uma pistola após ter sido ofendida e agredida por ele. Ela levou cerca de quatro horas para desmembrar o corpo e colocar em três malas. A faca e as malas ainda não foram encontradas. A arma passa por perícia. Elize foi indiciada (responsabilizada formalmente pelo crime) por homicídio duplamente qualificado, por motivo cruel e fútil, e ocultação de cadáver.

O delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, adiantou que deve relatar o inquérito ainda nesta semana à Justiça com um pedido de conversão da prisão temporária de Elize para preventiva, o que significa que ela pode ficar detida até um eventual julgamento.

Segundo a polícia, restam apenas anexar os laudos periciais conclusivos da Polícia Técnico-Científica. Entre os resultados dos exames que são aguardados, estão os feitos pelo Instituto de Criminalística (IC), sobre qual foi a arma do crime, e do Instituto Médico-Legal (IML), que realiza exame de DNA para identificar o sangue achado no apartamento do casal. Outros laudos que restam são o necroscópico e a de local de crime.

A filha do casal, uma menina de pouco mais de 1 ano de idade, está sob cuidados de uma tia materna no prédio onde ocorreu o crime.



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