Ministério Público investiga fraude de médicos em consultas no IPE no RS
Em alguns casos, há dupla cobrança por atendimento dos servidores.
Presidente do Instituto afirma que vai "aperfeiçoar o sistema".
O Ministério Público investiga uma suspeita de fraude Instituto de Previdência (IPE) do Rio Grande do Sul. Entre as acusações, esatá a cobrança de consultas por parte de médicos que deveriam atentder os pacientes por meio do sistema que garante assistência a um milhão de usuários gaúchos em troca de um desconto de 3,1% do salário.
O promotor de Justiça Flávio Duarte, que investiga um dos golpes, explica que o médico usava senhas entregues pelos pacientes a pedido da secretária. Ela dizia que o sistema informatizado estava fora do ar e que era preciso lançar a consulta em outra ocasião. "Foram lançadas indevidamente mais de mil consultas em nome de uma série de pacientes e dependentes", explicou.
Outro drama enfrentado pelos usuários do IPE é a dupla cobrança, que configura crime de concussão, quando ocorre a extorsão praticada por servidor público. Para fazer o parto de uma gestante, uma ginecologista cobrou R$ 1,5 mil da paciente. "Eu tinha uma confiança total naquela pessoa e me senti sem saída. Ou eu pagaria ou eu teria todo o trabalho de procurar outro médico", relata uma funcionária pública.
Extorsão com nota fiscal
Uma pensionista com glaucoma e catarata nos dois olhos teve de pagar R$ 3,6 mil para realizar uma cirurgia com lentes importadas, que não são fornecidas pelo Instituto. O médico chegou a fornecer nota fiscal da cobrança, mas os registros do IPE comprovam: mesmo recebendo a quantia da paciente, o oftalmologista também recebeu dinheiro para a compra de duas lentes nacionais que custaram R$ 1 mil. "Eu pagando e o IPE pagando. Então ele recebeu de dois lados, foi isso que aconteceu", afirma a pensionista.
O presidente do Instituto, Valter Morigi, diz que estuda medidas para aperfeiçoar o sistema de lançamento de consultas. Segundo ele, os casos que envolvem a prática de crimes são encaminhados ao Conselho de Medicina e ao Ministério Público. "Casos como esses depõem negativamente a toda uma classe", disse.
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