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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

FRAUDE NO I.P.E.


Ministério Público investiga fraude de médicos em consultas no IPE no RS
Em alguns casos, há dupla cobrança por atendimento dos servidores.
Presidente do Instituto afirma que vai "aperfeiçoar o sistema".

O Ministério Público investiga uma suspeita de fraude Instituto de Previdência (IPE) do Rio Grande do Sul. Entre as acusações, esatá a cobrança de consultas por parte de médicos que deveriam atentder os pacientes por meio do sistema que garante assistência a um milhão de usuários gaúchos em troca de um desconto de 3,1% do salário.

O promotor de Justiça Flávio Duarte, que investiga um dos golpes, explica que o médico usava senhas entregues pelos pacientes a pedido da secretária. Ela dizia que o sistema informatizado estava fora do ar e que era preciso lançar a consulta em outra ocasião. "Foram lançadas indevidamente mais de mil consultas em nome de uma série de pacientes e dependentes", explicou.

Outro drama enfrentado pelos usuários do IPE é a dupla cobrança, que configura crime de concussão, quando ocorre a extorsão praticada por servidor público. Para fazer o parto de uma gestante, uma ginecologista cobrou R$ 1,5 mil da paciente. "Eu tinha uma confiança total naquela pessoa e me senti sem saída. Ou eu pagaria ou eu teria todo o trabalho de procurar outro médico", relata uma funcionária pública.

Extorsão com nota fiscal
Uma pensionista com glaucoma e catarata nos dois olhos teve de pagar R$ 3,6 mil para realizar uma cirurgia com lentes importadas, que não são fornecidas pelo Instituto. O médico chegou a fornecer nota fiscal da cobrança, mas os registros do IPE comprovam: mesmo recebendo a quantia da paciente, o oftalmologista também recebeu dinheiro para a compra de duas lentes nacionais que custaram R$ 1 mil. "Eu pagando e o IPE pagando. Então ele recebeu de dois lados, foi isso que aconteceu", afirma a pensionista.
O presidente do Instituto, Valter Morigi, diz que estuda medidas para aperfeiçoar o sistema de lançamento de consultas. Segundo ele, os casos que envolvem a prática de crimes são encaminhados ao Conselho de Medicina e ao Ministério Público. "Casos como esses depõem  negativamente a toda uma classe", disse.


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