Jonathan Amos
Repórter de ciência, BBC News
O Telescópio Espacial Hubble (TEH) acaba de produzir uma das mais fantásticas imagens do universo já vistas.
Batizada de Extreme Deep Field (XDF), a foto capturou uma infindável quantidade de galáxias que se estende até os tempos em que as primeiras estrelas começaram a brilhar.
A imagem não é um retrato normal já que alguns dos objetos estão distantes e têm brilho fraco demais para aparecerem em um simples clique.
Para "vê-los", o Hubble foi obrigado a observar um pequeno pedaço do céu por mais de 500 horas - até capturar toda a luz possível.
O XDF pode se tornar um valioso instrumento para a astronomia.
Cada um dos objetos que aparecem na foto agora pode ser observado com mais detalhes por outros telescópios, o que pode significar anos de trabalho para os cientistas - estudando a formação e a evolução de galáxias.
A nova imagem é uma atualização de um produto anterior do TEH, o Hubble Ultra Deep Field (UDF).
Além das fronteiras
A foto anterior foi formada a partir de dados coletados entre 2003 e 2004, quando o telescópio se concentrou na constelação Fornax, conhecida como A Fornalha. Também para esta imagem, foram necessárias muitas horas de observação para capturar a tênue luz de milhares de galáxias, distantes ou próximas, o que fez dela a mais completa foto do universo na época.
Mas o XDF foi além, fechando o foco em uma área ainda menor que o do UDF.
O novo retrato incorpora mais de 2 mil exposições diferentes, sacadas ao longo de dez anos pelas duas principais câmaras do Hubble, a Câmara Avançada para Pesquisas, instalada por astronautas em 2002, e a Câmara de Largo Campo 3, acrescentada ao observatório na sua última manutenção, em 2009.
Para visualizar o universo além das fronteiras, o Hubble explorou a luz infra-vermelha ao máximo. Somente as ondas de luz mais longas são capazes de detectar os objetos mais distantes.
Das mais de 5 mil galáxias observadas pelo XDF, uma pôde ser vista como era 450 milhões de anos depois do nascimento do universo, conhecido como Big Bang.
O acontecimento teria sido registrado, segundo cientistas, há 13,7 bilhões de anos.
A próxima atualização dessa imagem notável acontecerá apenas quando o sucessor do Hubble entrar em órbita. O Telescópio Espacial James Webb deve ser lançado em 2018.
A nova geração de observatório espacial tem um espelho ainda maior e instrumentos infra-vermelhos ainda mais sensíveis. Com eles, astrônomos poderão ver ainda mais longe, talvez testemunhando o nascimento das primeiras estrelas do universo.
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