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sábado, 8 de setembro de 2012

Portugal dá início a "ano" no Brasil, mas mira outros emergentes para sair da crise



Luís Guilherme Barrucho
Da BBC Brasil em São Paulo

As comemorações do "Ano de Portugal" no Brasil começaram oficialmente na noite da última sexta-feira em Brasília, mas, apesar dos laços afetivos entre a ex-metrópole e sua antiga colônia, o país europeu parece apostar em outros emergentes para sair da crise.

O Ano de Portugal no Brasil, que prevê uma série de eventos a fim de promover a cultura e fomentar as relações comerciais entre as duas nações, se estenderá até 10 de junho de 2013, quando é festejado o dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

De janeiro a junho deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE, o IBGE português), as exportações de Portugal ao Brasil cresceram apenas 9% em relação ao mesmo período de 2011, passando de 263,9 milhões (R$ 684,9 milhões) para 287,6 milhões de euros (R$ 746,4 milhões).

Por outro lado, na mesma base de comparação, as vendas portuguesas à China subiram 183%, de 155,5 milhões (403,8 milhões) para 440,6 milhões (1,1 bilhão) de euros.
Já as exportações a Angola, por exemplo, um dos principais parceiros comerciais de Portugal fora da União Europeia, registraram alta de 37%, de 957,6 milhões (2,5 bilhões) para 1,3 bilhão de euros (3,4 bilhões).

Com a economia desaquecida, Portugal tem apresentado dificuldades em retomar a trajetória de crescimento, apesar das medidas de austeridade fiscal tomadas pelo governo como condição para o recebimento dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia.

Na última sexta-feira, o primeiro-ministro do país, Pedro Passos Coelho, anunciou novas medidas, também com o objetivo de reduzir a dívida pública do país.
De abril a junho deste ano, o PIB português caiu 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2011.
Chanceler português (primeiro à esq.) participou do lançamento do Ano de Portugal no Brasil. 
Além-mar
Face à demanda mais fraca da União Europeia, especialmente da Espanha, destino de mais de 20% das exportações portuguesas, Portugal tem apostado no crescimento dos mercados emergentes para tentar sair da crise.
Se em 1993 (início da série histórica, segundo o INE), os países que hoje compõem a União Europeia respondiam, juntos, por 76,5% do total das vendas externas de Portugal, no ano passado, essa proporção caiu para 74%.

Apesar da queda diminuta, as exportações portuguesas para fora da União Europeia aumentaram de 3,4 bilhões (8,8 bilhões) para cerca de 11 bilhões de euros (28,5 bilhões) no período analisado.

O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, contribuíram para tal aumento.
De 1993 a 2011, por exemplo, a participação brasileira no quadro de vendas externas de Portugal passou de 48,2 milhões (125 milhões) para 585,3 milhões (1,5 bilhão) de euros, um crescimento de 1.114%.

Porém, no mesmo período, outros emergentes ganharam maior espaço na balança comercial portuguesa.

As exportações para os países membros da Organização de Países Produtores de Petróleo (Opep) subiram 2.637% e para a China, 1.554%.



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