Queda da popularidade de Dilma: pobres sentem inflação e classe média fica sem emprego. População se preocupa quando o salário não cobre as despesas na feira livre
Índice cai oito pontos e vai a 57%, o menor desde janeiro de 2012
A queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff apontada pelo instituto Datafolha mostra que a inflação está pressionando o bolso da população e que a classe média está sentindo mais dificuldade em conseguir emprego.
De acordo com o professor da PUC-SP Antônio Carlos Alves dos Santos, coordenador do curso de Ciências Econômicas, a alta nos preços tem afetado mais a população de baixa renda.
— Esse é, em grande parte, o eleitorado de Dilma. Essas pessoas sentem mais os reflexos da inflação quando vai à feira livre e o salário não é capaz de suprir as despesas da família.
O bolso do trabalhador sentirá novamente com os reajustes dos transportes públicos em várias cidades do País. Antônio Carlos afirma a aprovação de Dilma vai continuar oscilando porque a política econômica do governo não tem demonstrado um caminho objetivo.
— Para os investidores internacionais, o governo parece confuso em relação à economia. Tanto que não há muita confiança no ministro [da Fazenda] Guido Mantega. Os eleitores vão demonstrar a insatisfação com as altas nos preços, principalmente dos serviços.
Em relação aos empregos, o público mais afetado é a classe média. Segundo um levantamento feito pelo instituto Markit, especialista em serviços sobre informações financeiras, o número de funcionários nas indústrias do Brasil foi novamente reduzido em maio, no ritmo mais acentuado em nove meses, como reflexo das tentativas de redução de custos.
O professor Antônio Carlos avalia que o profissional com graduação está com maior dificuldade em relação ao trabalho.
— Há muitas vagas e um salário bom para quem tem pouca qualificação, como diaristas, pedreiros e até cabeleireiros. Para os outros profissionais. Há poucas oportunidades e o salários está baixo.
Indicadores ruins
Além da inflação acumulando alta nos últimos 12 meses, o governo sofreu outro golpe com a ameaça da agência de classificação S&P (Standard & Poor's) de reduzir a nota de risco do Brasil. Isso pode afastar investidores internacionais do País.
A decisão do governo para frear a inflação foi aumentar a taxa básica de juros, a Selic. Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, "a decisão acende o sinal de alerta para os trabalhadores".
— Elevar a taxa Selic contribuirá para a redução de investimentos no setor produtivo. A consequência será menos recursos para investir em programas sociais, entre outras.
Segundo o professor Antônio Carlos, para conter a alta dos preços, o Banco Central terá que continuar aumentando a Selic.
— Por isso não será surpresa que a taxa de juros chegue aos 9% até o fim do ano.
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