Protesto causa danos em mais de 70 pontos de Porto Alegre, diz BM
Locais foram pichados, veículos danificados e contêineres quebrados.
Um dos presos tem passagens por tráfico de drogas e assalto com lesão.
A Brigada Militar divulgou na manhã desta sexta-feira (14) o balanço dos atos de vandalismo praticados por manifestantes durante o protesto contra o valor da passagem em Porto Alegre. Os registros ocorreram na área central da capital gaúcha na noite de quinta-feira (13).
Ao todo foram 21 lojas pichadas, seis agências bancárias depredadas, dois veículos particulares e dois veículos de órgãos de imprensa foram danificados, mais de 40 contêineres de lixo foram quebrados e um incendiado. Além disso, a Igreja do Rosário e a sede do Tribunal de Justiça do estado também sofreram danos. Um policial militar foi atingido por uma pedrada e precisou de atendimento médico, segundo o Major André Cordova, da Brigada Militar. Outros seis manifestantes também ficaram feridos.
Das 23 pessoas detidas por atos de vandalismo em Porto Alegre, quatro têm antecedentes, conforme a Brigada Militar. Um deles já foi preso por tráfico de drogas, roubo com lesão, além de outras passagens pela delegacia. Segundo o Major André Cordova, a Brigada Militar efetuou a prisão de um dos líderes do grupo que encabeça os atos de vandalismo durante o percurso. O policial garante que ele já havia sido identificado em outros movimentos contra o valor da passagem na capital gaúcha. Todas as pessoas detidas foram liberadas pela polícia durante a madrugada.
A manifestação se iniciou no final da tarde. Cerca de duas mil pessoas se concentraram em frente ao prédio da prefeitura de Porto Alegre. Dali, acompanhados de perto pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar, o grupo seguiu em caminhada pelas principais ruas do Centro da cidade.
Sob vaias, parte dos manifestantes praticavam atos de vandalismo. Lojas foram pichadas e pedras foram arremessadas contra agências bancárias, lojas e contra a sede do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A caminhada seguiu até o Largo Zumbi dos Palmares, onde os manifestantes começaram a se dispersar. Porém, um grupo seguiu em direção à Avenida João Pessoa, onde teve início o confronto.
Manifestantes derrubaram e colocaram fogo em contêineres de lixo no meio da avenida e passaram a jogar pedras contra os policiais. A tropa de choque usou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha.
"Isso aí é um absurdo, não tem que fazer isso aí. Eu não defendo a polícia militar, mas isso aí que estão fazendo é absurdo. Começou com negócio bom e uns imbecis tomaram conta", disse Gustavo Monteiro, estudante de arquitetura.
O trânsito ficou totalmente bloqueado na Avenida João Pessoa durante o confronto entre manifestantes e Brigada Militar. A confusão só foi controlada na Avenida Venâncio Aires, perto do Hospital de Pronto Socorro. Lixeiras foram queimadas e vidros de uma agência bancária foram depredados. Os manifestantes utilizaram contêineres de lixo para se proteger do ataque policial.
"Com certeza vão surgir pessoas reclamando desse excesso, ou que foram atingidas por estilhaços de equipamentos que foram usadas para dispersar a multidão. Eu me esquivei por pouco de um paralelepípedo e temos outro major que recebeu uma pedrada no capacete", disse o Major André Cordova, da Brigada Militar.
O protesto ocorreu no dia em que o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) determinou que a tarifa de ônibus de Porto Alegre continue em R$ 2,85. O relator da medida cautelar destinada à Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC), conselheiro Iradir Pietroski, argumentou que os cálculos apontam para o reajuste para R$ 3,05 apresentam erros e inconformidades.
As manifestações em Porto Alegre são organizadas pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público. Ele é formado por diversas organizações – organizações estudantis, pessoas independentes, sindicatos de classes trabalhadoras, movimentos sociais e partidos políticos.
Eles reivindicam a melhoria no transporte, a redução da passagem que é 2,85 e também ter acesso as planilhas de custo das empresas para uma auditoria popular para avaliar se o valor é justo.
Prefeitura diz que acompanha protestos
Em nota, a prefeitura, através da assessoria de imprensa do Centro Integrado de Controle da Cidade (Ceic), diz que acompanha os protestos realizados em Porto Alegre. Na noite de quinta-feira, as 658 câmeras públicas da cidade foram usadas durante a manifestação para monitoramento, entre outras ações.
Confira a íntegra
A prefeitura mobilizou equipes do Centro Integrado de Controle da Cidade (Ceic) , agentes de trânsito e da Guarda Municipal para apoiar a Brigada Militar durante a manifestação de ontem à noite, visando minimizar os transtornos à população e proteger o patrimônio público.
No Ceic, o ato foi acompanhado por meio das 658 câmeras públicas. Segundo o coordenador geral do centro, Airton Costa, o objetivo era garantir a normalidade da cidade, minimizar o impacto do protesto na Mobilidade Urbana e Segurança Pública. Levantamento realizado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) aponta que cerca de 40 contêineres de coleta de lixo domiciliar foram virados, mexidos ou realocados nos bairros Centro e Cidade Baixa.
Um contêiner foi queimado e recolhido para manutenção. Equipes do departamento percorrem as vias por onde passaram os manifestantes realizando a limpeza e o recolhimento de lixo. Além de vistoriar os equipamentos, para eventual manutenção ou substituição, e recolocar nos locais apropriados. Uma vidraça do Paço Municipal foi quebrada.
A operação mobilizou 100 agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que realizou desvios para desafogar o tráfego na vias bloqueadas pelos manifestantes, e 45 guardas municipais, para defesa do patrimônio público.
G1/RS
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