Quando segmentos do jornalismo, até então na busca de ''verdades'', passam a servir ao poder e suas estatais, a coisa fica desacreditada
Não são apenas editorias nacionais...
Abaixo , trecho da coluna de Demetrio Magnoli - VEJA - (24/5/2012)
'' Durante a ditadura, um capitulo sombrio do jornalismo brasileiro
A revista não se circunscreveu à mentira factual. Um editorial, assinado por Mino Carta, classificou a suposta “parceria Cachoeira-Policarpo Jr.” como “bandidagem em comum”.
Editoriais de Mino Carta formam um capítulo sombrio do jornalismo brasileiro.
Nos anos seguintes ao AI-5, o atual diretor de redação de Carta Capital ocupava o cargo de editor de VEJA, a publicação na qual hoje trabalha o alvo de suas falsas denúncias.
Os editoriais com a sua assinatura eram peças de louvação da ditadura militar e da guerra suja conduzida nos calabouços. Um deles, de 4 de fevereiro de 1970, consagrava-se ao elogio da “eficiência” da Operação Bandeirante (Oban), braço paramilitar do aparelho de inteligência e tortura do regime, cuja atuação “tranquilizava o povo”.
O material documental está disponível no blog do jornalista Fábio Pannunzio, sob a rubrica “Quem foi quem na ditadura”.
Na VEJA de então, sob a orientação de Carta, trabalhava o editor de Economia Paulo Henrique Amorim.
Patrocínio estatal da calúnia
A cooperação entre os cortesãos do regime militar renovou-se, décadas depois, pela adesão de ambos ao lulismo.
Hoje, Amorim faz de seu blog uma caixa de ressonância da calúnia de Carta dirigida a Policarpo Jr.
O fato teria apenas relevância jurídica se o blog não fosse financiado por empresas estatais: nos últimos três anos, tais fontes públicas transferiram bem mais de um milhão de reais para a página eletrônica, distribuídos entre a Caixa Econômica Federal (R$ 833 mil), o Banco do Brasil (R$ 147 mil), os Correios (R$ 120 mil) e a Petrobras (que, violando a Lei da Transparência, se recusa a prestar a informação).
Dilma não deu curso à estratégia de ataque à liberdade de imprensa organizada no segundo mandato de Lula. Mas, como se evidencia pelo patrocínio estatal da calúnia contra Policarpo Jr., a presidente não controla as rédeas de seu governo ─ ao menos no que concerne aos interesses vitais de Dirceu.
A trama dos bons companheiros revela a existência de um governo paralelo, que ninguém elegeu.''
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