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sexta-feira, 13 de abril de 2012

MULHER DE 'BOLEIRO' : preconceito, tédio e 'marias chuteiras'


Mulheres de boleiros enfrentam preconceito, tédio e 'marias chuteiras' para manter casamento

Casar com um jogador de futebol é o sonho de milhares de mulheres. Quem não quer uma ‘vida boa’, sem trabalho e cheia de glamour, dinheiro, viagens e festas? Mas na realidade não é bem assim que funciona. Elas precisam de muita garra e jogo de cintura para manter a relação e driblar o preconceito, o assédio das marias chuteiras e até a solidão.
Bem Casados - Kaká e Caroline
O longo tempo longe do marido e a obrigação de administrar a casa praticamente sozinha são algumas das maiores dificuldades que elas enfrentam. A rotina de treinos, viagens e concentrações deixam os companheiros longe de casa por até cinco meses por ano.

Apesar da vida confortável que levam, elas acreditam que o sacrifício é grande. Abrem mão de seus sonhos para cuidar e viver em função de outra pessoa. São multifacetadas. Além de donas de casa, exercem a carreira de administradora e psicóloga porque seguram a barra quando a fase está ruim em campo.

“É uma vida muito solitária, altruísta, de doação. Você tem que abrir mão da sua vida e estar com o atleta. Você tem que segurar a barra pela instabilidade da carreira, com lesões, más atuações, fins de contrato, além de lidar com uma forte exposição”, disse Camila Pasqualotto, casada há 17 anos com Roger, ex-lateral de Grêmio e Fluminense e atual auxiliar-técnico da equipe gaúcha.
Separados - Ronaldo e Cicarelli
Camile já passou por todas essas situações várias vezes. Tanto que até decidiu fazer uma monografia sobre o papel das esposas dos boleiros ao concluir a graduação de Psicologia. E chegou a uma conclusão. Ser casada com um deles dá muito trabalho e é, sim, uma profissão.

A ideia surgiu porque ela se sentia incomodada com o estereótipo criado em cima da mulher de jogador. O preconceito e a visão da sociedade de que é uma vida de luxos e facilidades a incomodava. Por isso, usou a experiência própria e conversou com outras onze esposas para formatar sua tese.

Ela diz que no início sofreu com a escolha de se relacionar com um boleiro, especialmente por ser loira e o marido, negro. Muitos achavam que era apenas uma mulher interessada no dinheiro. O tempo disse o contrário. “Eu escondia que era casada com jogador porque tinha vergonha. Me achavam uma aproveitadora. Hoje sinto orgulho. Algumas meninas se aproximam dos jogadores achando que é fácil. Mas essas relações não duram”, atesta.

Além do preconceito, o assédio feminino também é um grande problema. É cada vez mais comum ver mulheres com roupas decotadas e extravagantes nos estádios que fazem de tudo para ter uma chance com os donos do espetáculo. “Os jogadores são muito visados. Tem muita mulher que não respeita o casamento, querem aquele jogador e dão em cima. É preciso saber separar as coisas porque também tem aquela que é fã que vê com carinho por causa do time, é um ídolo”, finalizou.


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