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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Os incêndios com mais mortes em casas noturnas no mundo


As lições da tragédia: como tornar a diversão segura

Regras de segurança contra incêndio variam entre os estados e limitam-se às especificações de local, materiais e equipamentos. Nos Estados Unidos, funcionários recebem treinamento e casas com capacidade para mais de 500 pessoas precisam de no mínimo três saídas de emergência

Acomodado na poltrona do cinema, o espectador recebe, antes do filme, uma instrução que parece banal, repetitiva e desnecessária. Os princípios da segurança em um espaço fechado, cheio de gente e com possibilidade de um deslocamento repentino em massa, estão todos ali: os caminhos de saída estão indicados, as portas estão desobstruídas e o público sabe como agir em caso de uma emergência. Apesar das diferenças no uso do espaço, em matéria de segurança as salas de cinema e as casas noturnas são semelhantes. E a forma de pensar como retirar centenas de pessoas com rapidez, de um local de entretenimento completamente escuro, segue padrões definidos por legislações do mundo todo. Para quem sai de casa pensando apenas em diversão, itens como portas de emergência, extintores e rotas de fuga não estão entre as prioridades, e para isso existem fiscais e licenças concedidas pelo poder público. Mas uma das formas de se precaver é justamente observar o ambiente ao redor para reconhecer o perigo.

“Quando a pessoa entra em uma casa noturna, é importante observar as saídas. Para o local ser seguro, é preciso que haja, pelo menos, duas portas, em sentidos diferentes. Ou seja, uma em cada área do estabelecimento. A existência de apenas uma saída nunca é seguro. Imagina se o incêndio na boate Kiss tivesse sido perto da única porta? Teria morrido o dobro de jovens”, explica o engenheiro Luiz Antônio Cosenza, integrante da Comissão de Análise e Prevenção de Acidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ).


A tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, pôs o Brasil em alerta para o problema. No momento, uma das preocupações centrais dos estádios da Copa do Mundo é atender exigências de conforto e segurança estabelecidas pela FIFA. Uma das principais diz o seguinte: um estádio deve ser completamente evacuado em 8 minutos. Isso significa que, da primeira à última fileira de cadeiras, do campo ao vestiário, do bar ao banheiro, todos precisam ter como sair com segurança para o caso de acidentes, incêndios, tumultos, atentados ou outros imprevistos. Não há dúvida de que as sedes da Copa e da Olimpíada de 2016 estão caminhando nessa direção. O problema está, no momento, na segurança que ‘escorre entre os dedos’: como garantir segurança ao público em pequenos espaços, lojas, restaurantes e pontos comerciais do dia a dia.

Os incêndios com mais mortes em casas noturnas no mundo

           Boston, 1942 (Estados Unidos) - 492 mortes


Os estabelecimentos podem ter apenas uma saída?
Locais com grande concentração de pessoas, como casas noturnas, cinemas e boates devem ter mais de uma saída para casos de emergência. Mas a lei permite que estabelecimentos com até 100 metros quadrados e público de até 200 pessoas tenham porta única. Este acesso precisa ter largura mínima de 2,5 metros. O ideal, no entanto, é que sempre o público tenha pelo menos duas opções de caminho de fuga em caso de emergência. Todas as portas precisam ser mantidas livres de obstáculo e acesso direto à rua. As casas também precisam ter extintores suficientes e funcionários treinados para auxiliar a saída de frequentadores. A regra é de um metro de largura de porta para cada 100 pessoas no recinto. Ou seja: uma casa com capacidade para 1.000 pessoas precisa ter saídas que, somadas, tenham 10 metros de largura.


                  Luoyang, 2000 (China) - 309 mortes


Como sei que o estabelecimento onde estou tem segurança?
Cabe ao poder público zelar pelas condições de segurança de bares, boates e estabelecimentos comerciais. Mas os frequentadores devem observar onde estão as saídas de emergência, como são as rotas de fuga e as condições geral de conservação do prédio. Os detalhes como o uso de material à prova de fogo e o funcionamento de luzes de emergência, no entanto, não são identificados por alguém sem conhecimento técnico. Tampouco o grau de treinamento dos funcionários para lidar com emergências.


               Buenos Aires, 2004 (Argentina) - 194 mortes

Quais são os sinais de que uma casa está em situação irregular?
Os frequentadores podem observar características gerais que ajudam a identificar problemas. É obrigatória a existência de extintores de incêndio em locais de fácil acesso - sem trancas ou obstáculos -  e de sinalização indicando as saídas de emergência. Escadas não podem ter degraus estreitos – o ideal é que os patamares tenham mais de 30 centímetros de largura, para garantir estabilidade aos usuários e facilitar a evacuação em caso de pânico.


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