Renan Calheiros é eleito presidente do Senado
Ricardo
Brito, Débora Álvares e Lilian Venturini, de O Estado de S.Paulo
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito o novo presidente
do Senado por 56 votos, na tarde desta sexta-feira, 1º. O candidato Pedro
Taques (PDT-MT) recebeu 18 votos. Dois senadores votaram em branco e dois
anularam. A votação foi secreta.
A vitória de Renan já era esperada. O senador integra o partido de
maior bancada na Casa e contava com apoio do PT. Em seu discurso, antes da
votação, o peemedebista não fez menções às denúncias apresentadas contra ele.
Durante os 20 minutos de fala, o senador apresentou propostas de ações e prometeu
criar a Secretaria da Transparência, que seria responsável por atender pedidos
feitos com base na Lei de Acesso à Informação. “Alguns aqui falaram sobre ética
e seria até injusto com esse Senado, que aprovou celeremente a Lei da Ficha
Limpa, demonstrando que esse é compromisso de todos nós”, disse.
O
candidato Pedro Taques disse que subia à tribuna do Plenário da Casa com a
certeza de que será derrotado na eleição para a Presidência do Senado. “Sei que
a nossa derrota é certeira, transparente, inevitável, aritmética”, afirmou. No
discurso, ele citou figuras históricas, como Tiradentes, para afirmar o orgulho
que sente por sua “corajosa” candidatura. Taques questionou também a
candidatura de Renan. “Existem voltas esperadas. (…) Mas existem voltas que criam
receios. Receios de continuísmo, de letargia, de erros. Sou o anti-candidato,
aquele que perderá. (…) Eu não temo o próprio passado e, portanto, não temo
pelo meu futuro”, afirmou.
Base e
oposição. Durante a sessão, outros senadores discursaram em plenário antes do
início da votação. Os aliados defenderam o critério da proporcionalidade,
tradição da Casa, segundo a qual o partido com maior número de parlamentares
indicam o nome que vai ocupar a cadeira de presidente. Já os oposicionistas
lembraram os processos em curso contra Renan.
“O PMDB
exerce seu legítimo direito de escolha [de indicar o candidato à presidência].
Nosso partido fez a escolha correta. O PMDB não está usurpando o direito de
ninguém”, afirmou Lobão Filho (PMDB-MA).
Do mesmo
partido, mas contrário à candidatura de Renan, Simon Pedro sugeriu que o
senador retirasse sua candidatura. “Eu não tenho intimidade com ele, mas se
tivesse eu diria: ‘Não te mete nessa, Renan’. É importante deixar o Senado
tranquilo.”
Em sua discurso, o senador Fernando Collor (PTB-AL), atacou o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que encaminhou ao Supremo na
semana passada ação contra Renan. “[O Senado] Não pode aceitar denúncia inepta
e partindo de quem está partindo. Este senhor é prevaricador, chantagista e,
portanto, sem autoridade moral para colocar um senador em situação de
constrangimento.”
Rena. A
votação começa quando ao menos 41 dos 81 senadores estiverem presentes. Vence
quem tiver a maioria simples dos votos. Além do presidente, serão eleitos os
demais cargos da Mesa Diretora da Casa: 1º e 2º vice-presidentes e quatro
secretários.
O
presidente é o 3º na linha sucessória presidencial e é o responsável por
convocar e presidir as sessões, além de definir o que será votado na Casa. O
chamado 1º secretário é o “prefeito” do Senado, a quem cabe funções como a
decidir como será gasto o orçamento do Senado. O cargo deve ficar com Flexa
Ribeiro (PSDB-PA).
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