Grupo formado por 13 médicos deixa de prestar atendimentos eletivos por causa de salários atrasados
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Alegando estar com dois meses de salários atrasados, os 13 anestesistas da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas resolveram reivindicar e desde quarta-feira (30) eles estão atendendo somente casos de urgência. Já os pacientes com necessidade de procedimentos eletivos, que normalmente já são demorados, vão ter que esperar mais ainda do que o normal. Pois o protesto só deve terminar quando o grupo de profissionais receber os pagamentos devidos ou entrar em algum acordo com a entidade. O que parece ser um tanto complicado nesse momento.
"Esses atrasos já aconteceram em anos anteriores e nós estávamos tolerando, mas isso cansa", disse, em tom de desabafo, o médico Maurício Goldbaum. "Nós (os anestesistas) também temos contas para pagar no final do mês", reclamou o especialista requisitado em cirurgias ou qualquer processo hospitalar onde é necessário bloquear parcial ou totalmente a sensibilidade ou consciência do paciente por um tempo determinado.
A direção da Santa Casa reconhece a falta de pagamentos aos anestesistas, mas culpa a prefeitura pelo problema, alegando atraso no repasse da verba específica da classe oriunda do governo federal. "O dinheiro já foi liberado em Brasília, não sei por que a Secretaria de Saúde ainda não nos encaminhou", indagou o provedor Roberto Penteado.
A titular da SMS, Arita Bergmann, rebateu as insinuações da provedoria e disse não entender o posicionamento da entidade. Segundo ela, o único repasse atrasado é o relativo ao serviço de hemodiálise, do setor da nefrologia. Ainda assim, na quinta a Secretaria conseguiu vencer todos os trâmites burocráticos, já fez os dois empenhos necessários e nesta sexta os cofres da Santa Casa devem receber R$ 486 mil.
E o PSP?
Aproveitando o movimento iniciado na Santa Casa, Goldbaum também expôs a situação do Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). De acordo com ele, por lá os anestesistas também estão sem receber há dois meses e só não paralisam devido ao teor emergencial do atendimento no local. De qualquer forma, corre o risco de "ninguém mais querer trabalhar para atender o PSP". Sobre esta situação, Arita se mostrou surpresa. Afirmou não ter conhecimento sobre atrasos nos pagamentos, mas prometeu ir atrás das informações para evitar qualquer percalço no futuro.
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