Plano dos parlamentares deve ser adiado
Prédio do antigo Banco do Brasil está em estado deplorável e a Câmara de Vereadores, proprietária do local, planeja ações para evitar que a situação piore ainda mais
Por: Leonardo Crizel
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Moizés Vasconcellos - DP
Mesmo ainda se ambientando à atual (e recém-inaugurada) sede da Câmara, os vereadores, em Pelotas, já estão pensando em uma casa nova. Nova no sentido figurado, pois o local outra vez escolhido foi o prédio histórico da antiga agência do Banco do Brasil (BB) - construído em 1926 e adquirido pelo legislativo pelotense na década de 70. Nesta sexta-feira (25) uma comissão de parlamentares vistoriou a única construção abandonada no Centro Histórico da Praça Coronel Pedro Osório e percebeu que não vai ser nada fácil transformar aquela cena deplorável em um plenário. De qualquer maneira, eles mantiveram o otimismo e prometeram, inclusive, algumas intervenções imediatas para ao menos evitar uma degradação ainda maior e, porque não, um desastre irreparável.
A principal preocupação do vereador Rafael Amaral (PP), um dos líderes da comissão, é sobre o risco de incêndio. Porque o salão principal na entrada e muitas das salas menores estão abarrotadas de papéis, ainda da época de quando o lugar abrigava a Secretaria da Receita. São incontáveis caixas de papelão cheias de documentos que podem servir como combustível para uma catástrofe. "Existem relatos de invasões no prédio e, se um usuário de crack, por exemplo, deixar cair um cigarro aqui pode pegar fogo em tudo e destruir o prédio", diz Amaral.
Para evitar um acidente desta dimensão, o vereador Marcos Ferreira (PT), o Marcola, prometeu lançar mão dos próprios recursos do Legislativo para providenciar a remoção da papelada e do restante dos entulhos, e realizar as mínimas reformas necessárias para manter a estrutura de pé. Depois disso, a intenção é isolar completamente o prédio até que ele seja beneficiado com um projeto de restauração geral.
Este, aliás, é o maior desafio da Câmara de Vereadores. Pois nem toda a sujeira acumulada desde o fechamento, em 2010, é capaz de esconder a precariedade dos pisos, dos forros e de todas as armações de madeira consumidas pelos cupins e pela ação do tempo. No mezanino, por exemplo, tem um buraco enorme mostrando o estado lastimável do arcabouço e acusando (ao menos aparentemente) o perigo de desmoronamento.
Para evitar que venha abaixo a segunda sede mais antiga do BB no Rio Grande do Sul e recuperar a única construção quase centenária e ainda alheia às dezenas de restaurações realizadas do Centro Histórico da cidade, os vereadores pretendem contar com recursos da União. Por isso, na segunda-feira representantes do legislativo vão se reunir com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Porto Alegre. No encontro, eles vão pleitear a inclusão do prédio no Livro Tombo do país para, dessa forma, facilitar a chegada de subsídios federais capazes de financiar um grandioso e definitivo plano de revitalização.
Os detalhes desse projeto ainda não foram definidos, mas a ideia inicial é usar a construção do anexo (também pertencente à câmara) para abrigar todas as dependências que necessitam de tecnologia (instalação dos cabos de comunicação e fiação elétrica). E o prédio de esquina, o principal, serviria para alocar os gabinetes, salas para reuniões e até espaços culturais. Assim, os vereadores teriam espaço de sobra para trabalhar e, além disso, poderiam economizar no aluguel da sede atual, que custa nada menos do que R$ 30 mil por mês.
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