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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

''Miss'' Bumbum gera polêmica na Bahia


'Ela não nasceu mulher', diz baiana em protesto contra transexual
Transexual Amanda Sampaio é representante do estado no Miss Bumbum.
Organizador do evento diz que 'trans' preencheu todos os requisitos.

Após protesto causado pela participação da transexual baiana Amanda Sampaio no concurso Miss Bumbum, Mabele Lourenço, uma das integrantes que realizou o protesto em Salvador na última semana, disse ao G1 que acha injusto a participação da candidata.
"Não acho coerente e também não acho justo. Uma vez que é um concurso feminino e como ela é 'trans', ela não nasceu mulher, ela não pode participar. Tudo isso é uma questão genética. Acho que mulher é mulher e trans é trans", revelou a morena de 25 anos.

Na última quinta-feira (23), ela e mais quatro mulheres baianas fizeram um protesto no centro de Salvador onde se posicionavam contra a participação da transexual no concurso. No protesto, o cartaz dizia: "Na Bahia tem mulher bonita, não precisa de transexual".

Perguntada se ela se inscreveu no concurso, Lourenço revelou: "Não participo de concurso de beleza. Não acho interessante. Não me inscrevi no Miss Bumbum". Ela disse ainda que não existe mais nenhum novo protesto marcado sobre o assunto.

A transexual baiana disse que não se abalou com a manifestação. "Desde quando o juiz me concedeu o nome de mulher, eu tenho todos os direitos em relação ao gênero. Sempre me considerei mulher, agora mais ainda. Sou relaxada com o meu corpo. Agora estou cuidando mais por causa do concurso. Hoje em dia faço massagem, tomo banho de lua e malho duas horas por dia para poder ganhar. Me inscrevi para ganhar o concurso", informou Amanda Sampaio. Ela é nascida na Bahia e saiu do estado aos 4 anos de idade para acompanhar os pais, que foram morar em São Paulo. Ela conta que fez a mudança de sexo em 2007, em uma clínica na Tailândia, quando tinha 22 anos.

Requisitos
Para o organizador do concurso, Cacau Oliver, Amanda Sampaio preencheu todos os requisitos para participar da seleção. "Ela preencheu todos os requisitos. Legalmente ela é mulher, tem documentação e já fez a cirurgia. O outro requisito importante é que o bumbum dela seja natural, por isso, ela foi escolhida para representar o estado em que nasceu", disse.
O organizador e criador do evento se mostra surpreso com toda essa 'confusão' que está sendo causada. "Nós não tínhamos representante da Bahia. É estranho que outras mulheres estejam sendo contra. Respeito a opinião delas, acho inclusive que elas podem protestar, mas antes de protestar, elas precisam se inscrever no concurso. A Bahia não teve candidata para fazer a seletiva. A Amanda se inscreveu, avaliamos a inscrição dela e ela se tornou a representante do estado. Não há nada de errado em ela poder participar", disse ao G1.


Preconceito
Para Milena Passos, Presidente da Articulação Nacional dos Travestis e Transexuais do Brasil, toda essa polêmica é causada pelo preconceito. "Toda essa movimentação em torno da Amanda é puro preconceito porque ela é transexual. Ela é mulher. Existem muitas formas de ser mulher. Quando olham para a foto dela, alguém está vendo um homem ali? Não! Acho que ela tem direito de participar, ela se assume como mulher, ela é do gênero feminino. Estou torcendo por ela", diz Passos.



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