Mas instituições financeiras rejeitam propostas para cessar cortes de vagas; no ano passado, banco das famílias Setúbal e Moreira Sales demitiu mais de 10 mil empregados; bancários temem que espanhóis do Santander desempreguem 3,5 mil
Aumenta a tensão entre as entidades sindicais dos bancários e as cúpulas dos bancos Itaú e Santander. Na sexta-feira 17, reunião solicitada pelo ramo financeiro da CTB (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) no Ministério do Trabalho terminou sem acordo sobre o pedido de revisão de demissões já consumadas pelas duas instituições. Os sindicatos dos trabalhadores calculam em mais de 10 mil os cortes nas vagas no Itaú, e em cerca de 3 mil as realizadas no Santander ao longo do ano passado.
O vice-presidente do sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, classificou como "irresponsável a postura das duas instituições. "De maneira irresponsável, os bancos passaram a utilizar a estratégia da rotatividade no intuito de diminuir o custo da folha salarial, ou seja, despedindo os colegas que ganham mais e contratando colegas que ganham menos. Além disso, em 2012, o Santander adotou outra estratégia, que é o enxugamento da folha e passou a diminuir o numero dos postos de trabalho. E tivemos notícias de que seriam demitidos 5 mil companheiros só no Santander", explicou o dirigente.
Segundo ele, somente na Bahia, 955 bancários perderam o emprego em dezembro de 2012. Como forma de reverter as demissões, Augusto informou que o Sindicato dos Bancários da Bahia conseguiu uma liminar que reintegrou os bancários demitidos. Ele também ressaltou que outros estados seguiram o mesmo caminho, mas ainda há localidades que os bancários lutam para reverter as demissões.
Sobre a audiência no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que contou com participação de representantes do Itaú e do Santander, o dirigente informou que os bancos rejeitaram a proposta do MTE. "Os bancos se negam a negociar com bancários. Eles rejeitaram a proposta apresentada durante audiência do MTE. Além do que, não há justificativas para o setor bancário realizar demissões no país, pois nos últimos anos a lucratividade dos bancos só cresce", pontuou o sindicalista.
"Mesmo com a crise, na Espanha, o Santander negociou regras que inibiam aas demissões, ou seja, caminho contrário ao tomado aqui no Brasil".
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