Sindicância para apurar mortes de bebês
em UTI neonatal em Canguçu
Conselho procura desvendar o que provocou 12 óbitos de recém-nascidos atendidos na unidade
O Conselho Regional de Medicina (Cremers) abre nesta segunda-feira uma sindicância para apurar a morte de bebês que estiveram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital de Caridade de Canguçu, no sul do Estado – interditada pela Secretaria Estadual da Saúde no final de fevereiro.
De acordo com o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, a investigação vai tratar somente sobre a atividade médica e deverá esclarecer se as mortes ocorreram em função de falhas cometidas pelos profissionais que trabalhavam na UTI Neonatal.
Durante esta semana uma equipe do Conselho fará inspeção no local e médicos e dirigentes do hospital serão convocados a se manifestar – a previsão é de que os depoimentos sejam entregues até sexta-feira.
— Não podemos antecipar punições. Essa sindicância tem dois caminhos: o arquivamento, se nada ficar provado, ou a abertura de um processo, que aí sim irá julgar a conduta médica — esclarece Rogério Wolf de Aguiar.
Além do Cremers, o caso é investigado também pelo Ministério Público Estadual. Um inquérito conduzido pela promotora de Canguçu, Camile Balzano de Mattos, foi instaurado na semana passada.
Estão sob análise, entre outras questões, as condições médico-sanitárias, higiene, equipamentos utilizados, tecnologia para diagnóstico e tratamento, além da equipe.
O superintendente do Hospital de Caridade de Canguçu, Fernando Gomes, e o chefe da UTI Neonatal, Benhur Batista, não foram encontrados para se manifestar sobre as investigações.
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