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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Aeronautas suspendem greve, mas rejeitam proposta das empresas


Aéreas oferecem 6% de reajuste e categoria faz contraproposta de 7%

Ministra do TST esclarece que ainda não decidiu sobre liminar pedida pelas aéreas

DANIELLE NOGUEIRA

Uma estratégia do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que envolveu a Justiça e uma contraproposta de reajuste salarial de última hora, jogou por terra a paralisação convocada para ontem por aeronautas (tripulantes) e aeroviários (pessoal de terra). O sindicato patronal pediu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) medida cautelar exigindo que 90% dos postos de trabalho das categorias fossem mantidos numa eventual greve. Na prática, a decisão inviabilizaria o movimento grevista, na análise dos sindicalistas, que optaram, então, por sua suspensão. Os trabalhadores mantiveram, no entanto, o estado de greve e devem se reunir nos próximos dias para tratar do assunto.

Em seu despacho, a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, vice-presidente do TST, determinou que os aeronautas informassem ao tribunal até as 18h de quinta-feira se a greve havia sido iniciada e quantos empregados estariam à disposição para atendimento do passageiro. A notificação foi recebida pelos aeronautas por email, às 15h18m, quando estes faziam assembleia para acertar os detalhes da paralisação. Logo após, os aeronautas chegaram a informar que a paralisação havia sido suspensa por determinação do TST, o que foi negado pela ministra.

— O que é isso agora, os trabalhadores não podem fazer mais greve? Cada vez que a categoria quer protestar, o TST impede — disse a diretora de assuntos previdenciários do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Graziella Baggio, lembrando que o tribunal atendeu a um pedido semelhante das aéreas no fim de 2010.

A estratégia do Snea para esvaziar o movimento passou ainda por uma melhora na oferta feita aos trabalhadores. A nova proposta é de 6% (equivalente à inflação medida pelo INPC acumulada em 12 meses) para os aeronautas, independentemente da faixa salarial. Para os aeroviários, o aumento seria de 3% a 6,5% dependendo da faixa salarial. Até quarta-feira, a proposta das companhias era de aumento de 6% apenas para quem ganhava até R$ 852,1 por mês. Salários acima de R$ 5 mil, por exemplo, seriam reajustados em apenas 1,5%.

Aeronautas e aeroviários rejeitaram a nova oferta e apresentaram uma contraproposta de reajuste de 10% no piso e 7% para as demais faixas salariais. Os aeronautas pediam 11,4% no piso. Já os aeroviários reivindicavam 15% sobre o piso. Os trabalhadores devem se reunir com representantes das aéreas novamente para debater a nova proposta.

— Rejeitamos essa proposta porque queremos ter aumento real, a inflação mais alguma coisa — disse Gelson Fochesato, presidente do SNA.

Após as assembleias, os sindicalistas fizeram manifestação nos aeroportos Santos Dumont, no Rio, e em Congonhas, em São Paulo. No Santos Dumont, cerca de 60 pessoas percorreram o aeroporto, empunhando faixas e cartazes. Muitos usavam máscaras, com medo de represálias. Eles cantaram refrões de protesto. Num deles, dirigiam-se à ministra do TST que concedeu a medida cautelar: “Ministra, presta atenção, sua família também viaja de avião”. Em Congonhas, havia cerca de 80 manifestantes, que pediam “respeito das companhias”. (Danielle Nogueira e Roberta Scrivano)


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