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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Valério diz que Banco do Brasil cobrava ‘'pedágio’' em contratos para PT


'O Estado de S. Paulo' teve acesso ao depoimento de Valério no qual ele disse que Pizzolato e ex-presidente do Banco Popular do Brasil arrecadavam 2% dos contratos para o partido

O empresário Marcos Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão , afirmou em depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República (PGR), que dirigentes do Banco do Brasil estipularam, a partir de 2003, uma espécie de "pedágio" às agências de publicidade que prestavam serviços para a instituição financeira pública: 2% de todos os contratos eram enviados para o caixa do PT. As informações foram publicadas na edição desta quarta-feira (12) no jornal O Estado de S. Paulo .

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Neste mesmo depoimento, Marcos Valério, operador do mensalão segundo o Supremo, disse que o esquema pagou despesas pessoais de Luiz Inácio Lula da Silva e que o ex-presidente autorizou os empréstimos ao PT.

Valério, que na ocasião do depoimento já havia sido condenado no STF a mais de 40 anos de prisão, decidiu prestar o depoimento buscando, em troca, proteção e redução da pena.

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De acordo com a reportagem, os repasses do Banco do Brasil às cinco agências de publicidade com as quais mantinha contrato superaram R$ 400 milhões - uma delas era a DNA Propaganda, de Valério.

Ou seja, segundo o empresário disse à PGR em setembro, os desvios dos cofres públicos que abasteceram o mensalão podem ter sido maiores do que os que levaram o STF a condenar Valério e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

Segundo concluiu a Corte no julgamento que está prestes a se encerrar, R$ 2,9 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Banco do Brasil para o mensalão. Outros R$ 74 milhões foram desviados do contrato da DNA com o Fundo Visanet, do qual o BB fazia parte.

Segundo Valério disse no depoimento, o suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria de ir para a publicidade foi criado por Pizzolato e Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular do Brasil, que integra a estrutura do Banco do Brasil.

Pizzolato, já condenado pelo STF por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, negou que tenha cobrado "pedágio" das agências de publicidade. "Com certeza é impossível ele ter feito uma proposta dessas. Não tem a mínima possibilidade", afirmou o advogado de Pizzolato, Marthius Lobato.

O advogado disse não ter tido acesso à integra do depoimento e por isso não poderia fazer comentários sobre a acusação de Valério. Guimarães não foi localizado pela reportagem.

No período de operação plena do mensalão, entre 2003 e 2004, quando parlamentares fizeram saques das contas das empresas de Valério, o Banco do Brasil pagou, segundo dados CPI dos Correios, pelo menos R$ 434 milhões a agências de publicidade. Ao longo desse período de dois anos, a agência DNA, uma das empresas de Valério, que detinha um dos contratos com o Banco do Brasil, aumentou sua participação nos acordos enquanto o bolo recebido pelas demais agências declinava aos poucos.

Ainda no primeiro ano de governo do ex-presidente Lula, em 2003, a DNA, que já trabalhava com o Banco do Brasil durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, conseguiu renovar o contrato com a instituição financeira pública.

O Banco do Brasil, em nota, informou que prestou todas as informações solicitadas pelas autoridades competentes na investigação dos fatos, assim como realizou auditoria interna e encaminhou a conclusão ao Supremo Tribunal Federal. "Todas as agências de publicidade que atendem o Banco do Brasil são contratadas por licitação", destaca o texto.

O PT informou que se manifestaria apenas pela nota divulgada nesta terça-feira (11). Na nota, o presidente da legenda, Rui Falcão, não faz qualquer menção ao episódio e lamenta a divulgação do novo depoimento de Valério .

Com Agência Estado



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