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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Opinião : Artigo ' Facemania '


Por: Pedro Marasco, arquiteto e colaborador 
marascodacunha@gmail.com

Lançado em 4 de fevereiro de 2004, o Facebook tornou-se a rede social mais poderosa e utilizada da internet. Postar textos, imagens, "curtir", "comentar" e "compartilhar" sobre tudo e todos faz parte da rotina diária dos mais de 845 milhões de usuários ativos, segundo dado de fevereiro de 2012. Limitada inicialmente aos estudantes da Universidade de Harvard, Estados Unidos, a composição do site foi posteriormente expandida para outras faculdades da área de Boston, da Ivy League e da Universidade de Stanford. Um dos seus fundadores, Eduardo Luiz Saverin, brasileiro de 30 anos, é atualmente um empresário bilionário atualmente residindo em Singapura. 

Em ano de eleições, questiona-se e até alguns fazem "campanha" contra a campanha eleitoral na rede. Mas como impedir que eleitores e candidatos se expressem livremente nessa poderosíssima mídia eletrônica, não sujeita às rígidas restrições impostas pela Justiça Eleitoral a jornais, rádios e televisões? Impossível. 

Inevitavelmente cedi ao apelo da minha época, superei minha resistência e entrei no Facebook em meados de 2011 sem ter maiores conhecimentos do seu funcionamento e alcance, do qual não tinha sequer noção. Aos poucos - com a valiosa e pacienciosa assessoria técnica da minha filha - fui adentrando num universo de possibilidades que para ela, jovem de 19 anos, já era corriqueiro, natural, mas que para mim ainda se afigurava como misteriosa novidade desafiadora. 

Se antes havia a resistência, natural aos que não nasceram na era digital e durante muito tempo viveram sem ela, agora - com o uso rotineiro -, sinto o receio da dependência, fazendo-se necessário o controle, a disciplina para evitar que o hábito se transforme em vício. Como o jornal impresso, o rádio e a televisão, a rede social passou a fazer parte do meu dia a dia. 

Recente pesquisa da University College of London sugere que exista uma relação direta entre o uso do Facebook e o tamanho de certas regiões do cérebro. A hipótese levanta a possibilidade de que o uso de redes sociais on-line provoca alterações cerebrais. Por meio de imagens de ressonância magnética, os pesquisadores analisaram o cérebro de 125 estudantes universitários, todos eles usuários ativos do Facebook, e as compararam com o resultado obtido em outro grupo de 40 alunos que não usavam a rede social. Os analisados que interagiam com seus amigos pelo site tinham uma massa cinzenta com estrutura maior e mais densa do que os que não usavam. A massa cinzenta é a camada de tecido do cérebro onde ocorre o processo mental. As quatro áreas do cérebro envolvidas na pesquisa são conhecidas por desempenhar um papel na memória, respostas emocionais e interações sociais. Segundo Ryota Kanai, participante do estudo, um passo importante agora é descobrir se essas estruturas cerebrais podem mudar com o tempo ou não. 

Como facemaníaco assumido, torço para que a pesquisa dos britânicos esteja certa.


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